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'Avenida Brasil': com morte de Nilo, novela dá adeus a sua grande vítima

Interpretado por José de Abreu, pai de Max terá o mesmo fim que o filho, sendo assassinado no lixão

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Nesta terça-feira (16), mais uma morte deixará rastros de sangue no, até pouco tempo, lúdico lixão de 'Avenida Brasil': Nilo, vivido por José de Abreu na novela de João Emanuel Carneiro, será assassinado por Santiago (Juca de Oliveira) com uma facada, após ameaçar trazer à tona toda a verdade envolvendo o 'lobo mau' em pele de cordeiro interpretado pelo pai de Carminha (Adriana Esteves).

E, com Nilo, se vai, talvez, a grande vítima de todo folhetim, muito mais digno de piedade do telespectador do que a megera que, aos poucos vamos descobrindo que padeceu nas mãos de seu 'paizinho', ou de Nina (Débora Falabella), que, ao menos, teve forças para se reerguer do abandono e lutar por vingança, já adulta. Nilo, traído pela mulher e com a dor no peito de ter sua filha assassinada, não encarou sua tragédia pessoal com a mesma virilidade de Nina. E sucumbiu.

Tornou-se um arremedo de ser humano, peregrinando pela ruas com seu filho, Max (Marcello Novaes), enquanto sua melhor, a traidora Lucinda (Vera Holtz), pagava por um crime que não havia cometido, até parara no lixão, onde, de ex-bancário, se transformou em um louco, desesperado por migalhas, fossem de pão a atenção, simbolizado por uma risada histérica que tomou conta das redes sociais e das ruas.

Hoje, Nilo terá o mesmo fim de seu filho, trazendo, mais uma vez, um traço de personalidade forte na escrita de João Emanuel, redimindo com uma dolorosa libertação um personagem que, durante toda a história, foi encarado por todos como um projeto alcoolizado de vilão, sem capacidade de concatenar qualquer plano maquiavélico. Mas, não: Nilo, no fim das contas, é uma grande vítima, cuja perda de sua mulher, de sua filha e sua dignidade, construíram esta figura abominável, levada à última voltagem de interpretação pelo talento sobrenatural de José de Abreu. Por favor, um 'hihihi' coletivo em homenagem a Nilo. Ele merece, ao menos, este tributo final.

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