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Entre McFly e The Wanted, a geração que não conhece os Backstreet Boys

Durante a edição carioca do Z Festival, conhecemos fãs de boy bands que nasceram no fim dos anos 90

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Há 11 anos, uma fila de cadeiras de praia e barracas de camping dava a volta no estádio do Maracanã. Era o público ansioso para a primeira apresentação dos Backstreet Boys no Rio de Janeiro. Em outro ponto da cidade, Thais Seixas e Débora Snaider choravam por uma mamadeira e tentavam dar os primeiros passos. As meninas, que hoje têm de 12 anos, estavam coladas na grade de divisão das pistas normal e premium, à espera do início dos shows do McFly e The Wanted, na primeira noite da edição carioca do Z Festival, nessa sexta-feira (28). “Já ouvi falar em Bakcstreet Boys, mas não conheço as músicas deles”, explicava Thais.

Pode parecer estranho para os que nasceram no final dos anos 80 e início dos 90, mas já foi formada uma geração inteira de fãs de boy bands que nunca cantou I want it that way, um dos maiores sucessos do BSB. E tem gente que ouviu, viu nas revistas, mas gosta mesmo é da música que os rapazes que subiram ao palco ontem fazem. “Quando eu era pequena, curti a onda das boy bands dos anos 90 porque todos os meus amigos gostavam também, mas o primeiro grupo que eu me apaixonei foi o McFly, quando tinha uns 15 anos”, explica Paula Barreto, de 21 anos, com o nome do quarteto inglês estampado no peito, na camiseta que comprou no primeiro show dele por aqui. O gosto musical da estudante influenciou também o de seu irmão, Flávio Barreto, de 18 anos, que só conheceu as tais bandas dos anos 90 através das revistas e CDs que Paula guardava em casa, assim como Camila Gomes, de 13 anos. “Minha irmã era muito fã de Backstreet Boys e N’Sync quando tinha a minha idade e eu só lembro do rosto dos integrantes porque os pôsteres ainda estão colados nas portas do armário antigo dela. O The Wanted é a primeira boy band que eu sou fã”, explicou Camila, ao lado da amiga Clarissa Costa, de 13 anos.

Mas a pouca idade não é justificativa para não ter um ídolo. Rafaella Lima, de 14 anos, por exemplo, começou a curtir os meninos do McFly quando tinha apenas 7 anos, na mesma época em que os Backstreet Boys ensaiavam o retorno de sua carreira musical, com o lançamento do álbum Never gone. “Acho que os Backstreet Boys eram bons para a época em que eles estouraram. Naquele tempo, era um novo jeito de fazer música e shows, onde eles só cantavam e dançavam, ninguém tocava nenhum instrumento”, observou.

Poucos minutos antes do início do show do The Wanted, o último da noite, a esperança: Thais Gregório, de 17 anos. “As primeiras boy bands que eu gostei foram os Backstreet Boys e o N’Sync, eles eram ótimos! Atualmente, gosto do The Wanted e do One Direction, mas eles não dançam no palco. Gostava mais da época em que os shows eram cheios de coreografias”, admitiu Thais, que usava uma das camisetas em homenagem aos ídolos mais criativas da noite, onde se lia “Keep Calm, ‘cause I’m glad you came”.

Os fãs de The Wanted, aliás, podem até terem sido superados pelos de McFly em número, mas não em criatividade. Enquanto as apaixonadas por McFly desfilavam camisetas compradas em shows anteriores da banda ou pela internet, Camila e Clarissa, por exemplo, usavam blusas criadas pelas próprias com mensagens engraçadinhas, em inglês. “The Wanted são meus namorados. Shhhhh! Mas eles não sabem”, exibia a primeira, orgulhosa, e a segunda, preferia espalhar o amor pelo quinteto: “Keep Calm and love The Wanted”.

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