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Crônica - Chico Anysio: o mestre do riso, pela primeira vez, nos fez chorar...

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Você não precisa dizer que gargalhava com todos os personagens criados por Chico Anysio. Eu mesmo, confesso, não conseguia dar um sorriso de canto de boca ao assistir a vários deles em ação. Com outros, a crise de riso era garantida. Mas o pioneirismo do mestre era pulsante em todos eles, da caracterização ao discurso.

E talvez a palavra 'mestre' nunca tenha sido utilizada de forma tão adequada a alguém como ao nos referirmos a Chico: o legado que o humorista deixa, muito maior do que piadas, diz respeito à versatilidade que qualquer pessoa envolvida no jogo cênico deve buscar. E, quando o assunto é 'humor', então... a versatilidade se torna item básico.

Nunca nos cansamos de Chico por conta de sua multiplicidade de encarnações, sempre embaladas pela roupagem brasileira de tipos característicos, embebidos em doses cavalares de autodepreciação, sarcasmo autocentrado que conferia a ele a capacidade de nos fazer rir de nós mesmos. Do nosso sistema político ao nosso sotaque, sempre com a visão crítica, porém longe do enfado, de um senhor que era Francsico, mas também João, Joaquim, Paulo, Pedro, Maria, Joana, Regina, Beatriz, Heloisa...

Por Pedro Willmersdorf

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