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Da 'vaquinha' ao crowdfunding  

O Crowdmeeting promove a discussão sobre financiamento colaborativo no Teatro Glaucio Gil com a participação de representantes de diversas plataformas

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Faz algum tempo que a famosa “vaquinha” para comprar presentes para os amigos ou organizar uma festinha surpresa cresceu, ganhou um nome pomposo e se transformou em um verdadeiro rebanho, agora conhecido por aí como “crowfunding”. O movimento de captação de recursos para projetos culturais com a ajuda dos fãs e entusiastas cresce a cada dia na mesma proporção que seus adeptos e eventos promovidos por eles – está aí o Queremos, com 10 shows internacionais já realizados para os cariocas empolgados, e mais 5 vindo por aí, que não nos deixa mentir.

Com o objetivo de entender melhor e discutir como funciona esse sistema, o projeto Complexo Duplo, coordenado por Felipe Vidal e Daniele Avila, promove o Crowdmeeting amanhã, dia 4 de setembro, a partir das 15h, no Teatro Glaucio Gil, atualmente ocupado pelo grupo. “Ouvi falar sobre o crowdfunding pelo Facebook, no lançamento do Multidão (site de financiamento colaborativo). Achei uma ótima forma de tornar possível a realização de pequenos projetos culturais independente das políticas públicas de incentivo, que são muito precárias”, conta Daniele, que foi a uma discussão sobre essas plataformas em março, em um dos debates mensais que acontecem no Sérgio Porto, como parte do projeto Observatório Constante. O evento reuniu mais de 120 pessoas, entre idealizadores de plataformas e público em geral, só na mobilização boca a boca e via redes sociais, todos super preparados para a discussão. As mídias como Facebook e Twitter, aliás, são as maiores aliadas do crowdfunding. “A mobilização não acontece mais através da mídia estabelecida. O jornal impresso não mobiliza mais as pessoas e as redes sociais são uma consolidação tecnológica do boca a boca. Quem é de teatro sabe que não adianta comprar espaço no jornal se o boca a boca não funciona”, ressalta Daniele. A propósito, a Complexo Duplo twitta na @complexoduplo e bloga no complexoduplotgg.wordpress.com.

O início da ocupação do Complexo Duplo no Teatro Glaucio Gil uniu o útil ao agradável, já que promover um crowdmeeting vai de encontro com a verve política que o grupo tem. A discussão de políticas culturais é um dos pilares da ocupação, que tem tudo a ver com a proposta do crowdfunding: formas independentes de realização para se libertar das políticas públicas e mobilizar o público, que é o maior interessado, no fim das contas.”Ás vezes, as políticas não levam em consideração o que o público quer. O público deve mostrar quais são suas preferências e o crowdfunding possibilita isso”, destaca Daniele, que também é editora da revista Questão de crítica.

O financiamento colaborativo e o Teatro Glaucio Gil ainda darão as mãos mais uma vez, com uma ajudinha da revista Questão de crítica. A publicação vai fazer o Prêmio Questão de Crítica, com entrega no Glaucio Gil, claro. Reconhecer o trabalho bem feito é louvável, o problema é o dinheiro para fazer o evento virar realidade. “O que a gente mais quer é conseguir parte do dinheiro, pelo menos para as premiações, através do crowdfunding. Qualquer peça que ficou em cartaz no Rio pode ser indicada. Vamos até discutir isso no crowdmeeting”, diz Daniele. 

Antes de se sentar na platéia de uma peça neste domingo, você já sabe para onde vai, né? 

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