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Bate Papo no Oi Futuro do Flamengo discute o futuro da literatura na Era Digital

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Na quarta-feira, as senhas distribuídas para a entrada no Oi Cabeça, organizado pelas professoras Heloisa Buarque de Holanda e Cristiane Costa, meia hora antes do início dos debates, não foram suficientes para suprir a vontade do público de conversar sobre os novos espaços para a literatura diante do crescimento das mídias digitais. A solução foi arrumar almofadinhas coloridas espalhadas pelo chão para que todos os interessados pudessem ouvir o que o convidado especial da vez, Scott Lindenbaum, fundador da revista eletrônica Electric Literature, tinha a dizer. E ele, o escritor Sérgio Rodrigues e os editores Carlo Carrenho e Paulo Werneck tinham muito a dizer.

Lá em 2009, Scott se juntou a alguns amigos para criar sua revista literária, publicada trimestralmente com cinco contos em suas páginas. O diferencial da Electric Literature é conseguir estar onde você quiser. Mesmo. A publicação está disponível em cinco formatos: impresso, ebook para Kindle, aplicativo de iPad e iPhone e arquivo PDF por e-mail. Não julgue o livro pela capa, porque não só autores iniciantes tem espaço na publicação, grandes nomes como Michael Cunningham, Rick Moody e Lydia Davis já apareceram por lá.

O poder da adaptação da literatura às novas mídias pode ser medido pela quantidade de seguidores que a Electric Literature tem no Twitter, são cerca de 150 mil, mais do que muitas editoras tradicionais por aí. Para Scott, é como se a sua revista literária eletrônica tivesse trazido a experiência visual para a literatura - já parou para ver as ilustrações incríveis da EL? “Mas a imaginação continua sendo mais importante na experiência literária. Lembrem-se de fechar os olhos”. Scott deu a dica.

No final das contas, parece mesmo que as livrarias que estamos acostumados a visitar não vão durar muito tempo. Para os participantes do debate, o livro será, em breve, um fetiche, como acontece com o LP atualmente. Para que o mercado editorial não quebre e seus editores sobrevivam, é preciso que esses adaptem sua intuição, criatividade, experiência e bom gosto editorial à nova realidade. “Densidade de idéias criam cenas que, com o tempo, criam movimentos”, pontuou Scott para, em seguida receber aplausos tão intensos quanto o sucesso de sua empreitada editorial.

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