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Um sanfoneiro na multidão

Em meio à maratona da SPFW, encontramos Seu Sebastião, no parque do Ibirapuera, com melodia solitária diante do som do caminhar das modelos pelas passarelas

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Na quinta-feira, mal descemos do táxi e ouvimos o som ambiente de uma sanfona, como se as árvores do Ibirapuera tivessem se transformado em grandes caixas de som tocando melodias de repente. Ao chegar mais perto do prédio da Bienal, vimos Seu Sebastião Adão sentado em um banquinho, com uma mala antiga aberta e acordeão à mão. 

Dentro da maleta de couro estavam pedaços de papel, alguns poucos trocados e a foto de uma menina sentada em um cabrito colorido. “É a minha filha ‘recém nascida’ de 2 anos de idade”, nos contou ele, aos 73 anos, 20 deles passando os dias com o instrumento que aprendeu a tocar sozinho no parque do Ibirapuera. “Eu sempre toco aqui no parque, em várias partes dele. Hoje vim para cá por causa do evento, ? Porque tem bastante gente circulando por aqui”, explicou. De fato, nos poucos minutos que ficamos ouvindo sua melodia, vários saltos 15 pisaram perto do Seu Sebastião. Mas nenhum coração aquecido por jaquetas de couro pareceu ter ouvido a trilha sonora de fora das passarelas.