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Vitória é obrigação

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Não precisa ser uma atuação gloriosa, como a do português Cristiano Ronaldo, mas não pode ser também desastrosa como a do argentino Lionel Messi – que perdeu até pênalti, no empate com a Islândia. O que espero da estreia de Neymar e, em consequência da seleção brasileira, é um desempenho à altura da bola redonda que o time passou a jogar depois que Tite assumiu e (aleluia!) exorcizou as eras Dungas do nosso futebol. 

Não estou nem aí para o ranking da Fifa, a nova fase dourada do futebol suíço e o nervosismo natural do primeiro jogo. Em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002, o Brasil começou vencendo nas campanhas que o levaria aos seus cinco títulos mundiais. Qualquer outro resultado, que não seja a vitória, logo mais, deixará um gosto amargo na boca e uma dúvida na cabeça: seremos mesmo um dos favoritos ao título? 

A Suíça não tem tradição alguma em Mundiais. É verdade, como lembra meu amigo PVC, que nosso confronto direto com ela não chega a ser brilhante: em oito jogos, vencemos apenas três e perdemos dois. Houve até um empate na Copa de 50 (2 a 2). Mas a questão é a seguinte: alguém, em sã consciência, acha que os suíços podem ser campeões mundiais? Pois é. Então, se quisermos confi rmar a nossa real condição de candidatos ao hexa, não dá nem pra pensar em empate ou derrota. Simples assim. 

Enfrentaremos, com certeza, as famosas duas linhas de quatro, às vezes chegando até a ser de cinco na última, mais próxima do gol. E daí? Não contamos com jogadores extremamente habilidosos, como Neymar, Coutinho, Gabriel Jesus e William – além do talentosíssimo Marcelo? Não temos demonstrado um esquema de jogo eficiente e moderno, com refinado toque de bola, capaz de furar as piores retrancas? É hora de provar que sim.

 Além disso, não creio que o jogo vá ser apenas ataque contra defesa. A Suíça dos dias de hoje também gosta de buscar o gol e, certamente, nos abrirá mais espaços do que aquelas antigas, que consagraram o famoso ferrolho. O Brasil tem tudo para vencer. 

Só espero que Neymar esteja inspirado e generoso. Ele vai pedir que, a partir do meio de campo, quase todas as bolas passem por seus pés. E, se insistir demasiadamente em lances individuais e de efeito, vai apanhar como boi ladrão e travar o nosso ataque. Se, entretanto, como torço para que aconteça, usar o drible como recurso em direção ao gol e o passe como arma letal para deixar os companheiros em condições de marcar, aposto até numa vitória relativamente fácil. Mas, cá entre nós, fácil ou difícil, não interessa, o que vale é vencer na estreia. Como em 58, 62, 70, 94 e 2002.