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Com três volantes não há direção

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A principal conclusão que se pode tirar do amistoso da seleção brasileira contra a Croácia é que o esquema com três volantes (Casemiro, Fernandinho e Paulinho) não funciona e não se justifica a não ser em circunstâncias muito especiais. Com o trio (e sem Neymar), a equipe de Tite perdeu quase toda a criatividade no setor de armação e, reflexo disso, os croatas foram superiores, nos primeiros 45 minutos. 

Após o intervalo, a entrada de Neymar, no lugar de Fernandinho, modificou por completo o panorama do jogo. Phillippe Coutinho recuou para atuar mais como armador e o camisa dez... Bem, ele fez a diferença, marcando o golaço que abriu o placar e o caminho para a vitória. 

A partir daí, mais equilibrada e criativa, a seleção tomou conta do campo e embora o segundo gol só fosse sair no finalzinho (marcado por Roberto Firmino, que substituiu um apagadíssimo Gabriel Jesus), a Croácia não ameaçou mais o gol de Alisson e passou somente a se defender. 

O teste pode ser considerado positivo, principalmente, porque a equipe croata é bem armada e tem alguns ótimos jogadores, como Modric, Rakitic e Mandzukic (que ontem não atuou). A má notícia é que, ao contrário do que pareceu no amistoso contra o mistão da Alemanha, no final de março, em Berlim, o Brasil continua, sim, muito dependente do talento de Neymar. 

E, como ele próprio e o técnico Tite ressaltaram, após a partida em Liverpool, sua forma ainda não é a ideal. O treinador acredita que Neymar só estará cem por cento no quarto jogo da Copa. E o craque admitiu que ainda sente dores no pé direito (com o qual fez o golaço) e que não se sente totalmente à vontade em campo. 

Normal. Ainda bem que o nosso grupo na primeira fase é uma tremenda baba. Adversários perfeitos para que o nosso melhor jogador recupere a forma e a confiança sem passar por grandes sustos.

Vitória de campeão 

Derrotar o atual campeão brasileiro e aproveitar o tropeço do São Paulo para aumentar a distância na liderança da tabela era a missão do Flamengo, ontem, no Maracanã, uma vez mais engalanado pela torcida (quase 50 mil presentes). E a vitória veio. Sofrida, suada, mas merecida. O nome do jogo foi Diego, autor dos melhores lances rubro-negros, inclusive o que originou o gol de Vizeu, após rebote em chute de Paquetá.

O camisa 10 só não merece a nota 10 porque levou o terceiro cartão amarelo por reclamação – algo inconcebível para um jogador experiente como ele – e desfalcará o time num Fla-Flu que pode reunir líder e vice-líder do Brasileiro, após nove rodadas.

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Perguntar não ofende 

Não dá pra mandar o Dourado pra Udinese e ficar com o Vizeu? 

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O grande duelo 

É isso mesmo, se o Fluminense derrotar o lanterna Paraná, hoje, lá no Durival Britto, o Fla-Flu será um duelo do líder contra o vice-líder do Brasileiro (com a vitória, o tricolor iria a 17 pontos, contra os 20 do rubro-negro). Pode até valer a ponta, se o Flu vencer os dois próximos jogos fazendo um bom saldo de gols – no momento, tem quatro, contra dez do Flamengo. 

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O que houve? 

Apesar da derrota no clássico contra o Botafogo, o pedido de demissão de Zé Ricardo, técnico do Vasco, foi surpreendente. Como ele não se pronunciou até agora, especula-se, em São Januário, que a gota d’água tenha sido o veto da diretoria ao negócio com o Atlético Mineiro, que era dado como certo e ele até já comentara em entrevistas (Evander por Lucas Cândido e Marquinhos, ambos indicados pelo treinador vascaíno).

Salários em atraso, clima político permanentemente conturbado e elenco não tão comprometido quanto ele gostaria completam o quadro de desgaste. Realmente, dirigir o Vasco nos dias de hoje é tarefa pra lá de insalubre.

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Lá vem o Nole 

Novak Djokovic derrotou Fernando Verdasco e já está nas quartas-de-final de Roland Garros, igualando a campanha que fez no ano passado. No ano passado, ele foi eliminado por Dominic Th iem, mas agora enfrentará um adversário teoricamente mais fraco, o italiano Marco Cecchinato, número 72 do mundo, que eliminou surpreendentemente o belga David Goffin.

Se vencer, aí sim, Nole poderá voltar a encontrar Th iem, que duelará com Alexander Zverev na outra quarta-de-final da parte de baixo da chave. Na parte de cima, que hoje ainda joga as oitavas, pontifica absoluto Rafael Nadal. Sua maior ameça, numa possível semifi nal, é o argentino Juan Martin Del Potro. 

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De tirar o fôlego 

Que virada espetacular, a seleção masculina de vôlei conseguiu, sobre os Estados Unidos, até então, invictos na Liga das Nações. Os americanos abriram logo 2 sets a 0, na partida disputa diante de mais de 11 mil torcedores, no ginásio de Goiânia, mas o Brasil foi buscar e chegou a vitória, no quinto set, após salvar dois match-points. O time, agora dirigido por Renan Dal Zotto ainda não demonstra a força da época em que chegou ao ouro olímpico, sob o comando de Bernardinho, na Rio-2016, mas a renovação promete bons frutos. Os jogos da próxima etapa serão disputados na Rússia. 

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Cá entre nós 

Fernandinho pode ter tela “touch screen”, 7 “airbags”, pneus “run flat” e câmera de ré, mas o chassi é de Márcio Araújo.