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Acorda, Bandeira! E viaja!

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Não há nada mais importante para o Flamengo nos próximos dois meses do que garantir a permanência de Vinícius Jr., pelo menos, até o final da temporada. A saída do jovem talento para o Real Madrid, na janela do meio do ano, enfraqueceria brutalmente o time e diminuiria de forma drástica as chances rubro-negras de conquistar títulos em 2018 e até uma simples vaga para a Libertadores de 2019.

Quem tem tratado do assunto até agora é o CEO Fred Luz, o que, convenhamos, não soa animador. Difícil imaginar que com aquele ar blasé e sua obsessão por cifras, ele será capaz de convencer os espanhóis e o próprio Vinícius a ficar e o departamento financeiro do Flamengo a abrir mão da gorda bolada que ainda tem por receber, no momento em que o jogador se mudar para a Espanha. Fred Luz, entretanto, está de saída, para se dedicar à política. A quem caberá, então, a difícil e importantíssima missão, justamente, em seu momento decisivo? 

Está escrito no contrato que, em caso de impasse entre o Fla e o Real Madrid, o voto de minerva caberá a Vinícius, que já disse que adoraria ficar um pouco mais e conquistar títulos importantes com a camisa do seu coração. Mas será ele capaz de contrariar o desejo dos espanhóis, que, cedo ou tarde, serão os seus patrões? É uma equação complicada. Tanto que, nas últimas entrevistas, o moleque preferiu não tocar mais no assunto.

Para conseguir sua permanência, os representantes rubro-negros precisam convencer os “madridistas” de que o melhor, para o desenvolvimento técnico do jogador, é seguir atuando em alto nível, ao invés de acabar emprestado a um clube menor por lá. Faz sentido, mas há também na Espanha justificado temor de que ele possa se machucar seriamente por aqui – e cada bordoada que leva ajuda a reforçar o sentimento.

Se o Flamengo fosse comandado por gente do ramo, logo após a final da Liga dos Campeões, o presidente teria viajado para a Espanha para conversar pessoalmente com Florentino Perez e tentar convencê-lo a aceitar a permanência de Vinícius por, no mínimo, mais seis meses. Se preciso, oferecendo até alguma compensação – como a preferência na eventual negociação de uma outra promessa.

Duvido que Márcio Braga, por exemplo (para citar o mais vitorioso dos presidentes), já não estivesse no avião. Essa é a típica situação em que a importância da negociação obriga o principal dirigente a tomar a frente das conversas para dar ao assunto a devida relevância.

Este é o último ano da administração Bandeira de Mello. A última chance de conquistar um título realmente expressivo, à altura do ótimo trabalho feito nas finanças. Mas se o presidente e sua turma continuarem agindo com a morosidade e indecisão que os caracteriza no futebol - vide a dificuldade com os técnicos (caso Rueda e interinos que se perpetuam) e a questão do estádio próprio -, Vinícius Jr. pode ir fazendo as malas e o Flamengo se despedindo do Brasileiro, da Copa do Brasil e da Libertadores. Sem ele, o time da Gávea não vai a lugar algum.

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Obrigação 

A vitória no jogo de hoje, contra o Bahia, é obrigação para quem quer continuar liderando o campeonato e sonha com o título. Hora de voltar a jogar como Flamengo, tomando a iniciativa e pressionando o adversário até chegar aos gols. Mais de 40 mil ingressos já foram vendidos.

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Desfalque grave 

Justificando a fama de guerreiro, o Fluminense resistiu à forte pressão do Grêmio e trouxe um pontinho da Arena. Mas a contusão muscular do centroavante Pedro estragou o gosto do empate em 0 a 0 diante do atual campeão da Libertadores. Ele é a grande estrela desse jovem time de Abel e só deve voltar aos gramados depois da Copa do Mundo.

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Prejudicado 

Pobre Botafogo. Um golaço de Léo Valência, de fora da área, no início da partida, acendeu a vã esperança de que poderia vencer o São Paulo, no Morumbi. Mas aí o juizão inventou um pênalti inexistente em Everton, Nenê empatou de pênalti (Jefferson deixou o chute fraco passar por entre as mãos e por debaixo de seu corpo); Diego Souza marcou o gol da virada, numa bobeada homérica de Carli, e ainda no primeiro tempo, Everton fez o terceiro. No segundo tempo, já pensando no clássico contra o Palmeiras, o tricolor paulista tirou seus três melhores jogadores, Nenê, Diego Souza e Everton. Rodrigo Pimpão diminuiu e ficou nisso: 3 a 2.

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Pelada na Colina 

Menos de cinco mil torcedores foram a São Januário assistir à medonha atuação do Vasco na magra vitória por 1 a 0 sobre o fraquíssimo Paraná, lanterna do campeonato. O técnico medalha de ouro, nos Jogos do Rio, 2016, Rogério Micale, caminha a passos largos para o rebaixamento. Entre os seus comandados está o enganador Carlos Eduardo, a primeira “grande” contratação de Bandeira de Mello, então com Wallim Vasconcellos no comando do futebol.

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Espada

Treino da equipe juvenil do Flamengo, um jogador se queixa ao técnico: 

- Professor, estou com uma baita dor de cabeça. 

- Pega um analgésico lá com o doutor – diz o treinador. 

- Professor, sou espada! Não tem um “oralgésico”, não?