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Faltou futebol e inteligência

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Quando digo que o Centro de Inteligência do Flamengo de inteligente não tem nada, há quem ache que exagero. Pois, vamos lá. O único resultado que interessava ao rubro-negro ontem, no Monumental de Nuñez era a vitória – que o levaria ao primeiro lugar de seu grupo. Com um detalhe importantíssimo e que parece não ter sido notado por ninguém na Gávea ou no Ninho do Urubu. Se perdesse, o Fla não teria prejuízo algum, continuaria classificado em segundo, como já estava.

O que deveria se esperar, então? Que o time de Maurício Barbieri pisasse o gramado argentino disposto a correr todos os riscos necessários para lutar pela vitória: laterais avançando, volantes chegando no ataque, meias encostando no centroavante, enfim, o que fosse preciso para ameaçar o gol do River Plate.

E o que se viu? Laterais plantados em seu próprio campo, volantes presos na intermediária, Éverton Ribeiro, fixo na ponta-direita, recuando a toda hora para ajudar a Rodinei na marcação, enfim, uma postura covarde, típica de quem entra em campo preocupado, acima de tudo, em não perder.

Não perdeu, mas também não ganhou, que era o que interessava. Ridícula atuação. Que só serviu para mostrar que era uma tolice achar que sem Diego o time ia melhorar. Falta técnico, falta comando inteligente no departamento, faltou vontade e futebol. Ninguém jogou bulhufas. Bola murcha total. Acreditar que esse time ainda vai longe na Libertadores ultrapassa as raias do otimismo. É crer em milagre.

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Festa justa

Muita gente boa torceu o nariz para a festa que os jogadores do Vasco fizeram após a vitória sobre a La U, no Chile, garantindo uma vaga na Sul-Americana.

- Já ganhamos a Libertadores e agora estamos comemorando desclassificação na chave de grupos, só porque vamos para a Sul-Americana? - rosnou um amigo vascaíno.

Entendo a decepção dele, mas, cá entre nós, com o time limitado que o técnico Zé Ricardo tem nas mãos, atualmente, a Sul-Americana está de bom tamanho. Trágico seria se tivesse ficado em quarto lugar e nem isso fosse possível.

De mais a mais, falando francamente, ninguém levava muita fé nessa vitória por dois gols de diferença, jogando na casa do adversário. Daí a festa, pra mim, mais do que justificada.

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Tempestade em copo d’água 

Foi uma besteira dos jogadores do Vasco fazerem a tal foto e a publicarem no twitter, como resposta aos torcedores que os vaiam. Mas criou-se também uma polêmica gigantesca onde não há nada que mereça mais do que um puxão de orelhas. E fim de papo.

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CBF = Incompetência 

Inacreditável a confusão que a CBF está fazendo com a tal lista de 35 nomes da seleção. Por causa dela, alguns jogadores que não estão entre os 23 que treinam na Granja Comary e atuam pelos clubes do Brasil podem estar impedidos de jogar desde o dia 21 de maio – por isso, o Palmeiras não escalou Dudu, ontem. Edu Gaspar diz uma coisa, o jurídico da entidade, outra. Em suma: uma esculhambação total.

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Vai demorar 

A presença de Neymar nos dois amistosos antes da Copa é incerta – os próprios médicos admitiram isso, ontem. Prova maior de que sua recuperação completa ainda vai demorar. A recuperação do ritmo de jogo terá que ser feita, portanto, durante o Mundial. Exatamente como venho dizendo aqui, desde a fratura no quinto metatarso do craque.

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Autorama charmoso 

O GP de Mônaco é um charme, tem muita história e coisa e tal mas, como corrida de Fórmula-1 não vale nada. Ninguém passa ninguém e a ordem de largada só se altera em casos de quebras ou estratégias diferentes de pit-stop. Por incrível que pareça, quem chega este ano como favorita no principado, não é nem a Mercedes, nem a Ferrari, mas a Red Bull, que tem o chassi mais equilibrado da temporada. Falta-lhe “cavalaria” (ou seja, motor mais potente), mas como as ruas de Monte Carlo não permitem que se use toda a potência possível, as coisas se nivelam por baixo e aí vale muito o conjunto. Não me surpreenderei se Max Verstappen conseguir a pole. No caso específico dele, ganhar já é outra coisa, porque o que a criança tem cometido de besteira não está no gibi.

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Filme da Metro 

Dois torcedores saíram do Maracanã e depois de muitas cervejas resolveram cortar caminho pela Quinta da Boa Vista. Trôpegos, nem perceberam que passavam pelo Zoológico e acabaram sentando-se em frente à jaula do leão. Surpresa com a presença dos bebuns, a fera balançou a cabeça e começou a rugir. Assustados, um dos torcedores levantou-se, dizendo, assustado:

- Vou embora!

E o outro, com a voz pastosa: 

- Eu, não! Vou ver o filme...

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Vai pela sombra 

Fred Luz, o braço direito do presidente Eduardo Bandeira de Mello, está deixando o Flamengo, para se dedicar à política. Que vá com Deus. Seu estilo blasé e seu completo desconhecimento do mundo da bola não farão a menor falta ao futebol na Gávea.