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Dedo de Deus na escalação do Fla

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A contusão de Geuvânio, que vinha sendo escalado nas ausências de Diego, com Everton Ribeiro atuando mais pelo meio, obrigará o técnico Barbieri a optar por uma formação diferente, hoje à noite, contra o River Plate, na última partida do Flamengo pela fase de grupos da Libertadores. 

Dependendo da escolha, o time rubro-negro poderá ficar até mais bem arrumado. Sem outro atacante que atue pelos lados do campo, a escolha deverá recair em um volante: Jonas ou William Arão. E com isso, Lucas Paquetá voltará a jogar mais avançado, o que me parece positivo, pois, após as boas atuações iniciais, como segundo volante, ele caiu de produção e não vinha mais sendo muito e? ciente nem no desarme, nem na armação. 

A vitória, logo mais, vale o primeiro lugar no grupo e, consequentemente, o direito de fazer o jogo de volta, do primeiro mata-mata, em casa. Isso além de, ao menos na teoria, enfrentar um adversário mais fraco – que tenha terminado a sua chave em segundo. Vencer o River Plate, ainda mais em pleno Monumental de Nuñez, nunca foi tarefa fácil. Mas uma equipe mais equilibrada, certamente, ajuda. 

Não dizem que Deus é rubro-negro? Vai que ele resolveu dar uma ajudinha ao Barbieri, forçando-o à mudança. A conferir. 

Em tempo: eu escalaria Jonas e não William Arão. Temo que o treinador do Flamengo faça o contrário...

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Decepcionante 

Jogou muito mal o Botafogo, na derrota para o América Mineiro. Era jogo pra pensar grande e subir na tabela, igualando-se à turma de cima, com 11 pontos. Não deu nem pra torcer. Que o time de Alberto Valentim carece de talento, já se sabe. Mas atuar de forma organizada, em termos táticos, e se impor diante de adversários mais fracos, em termos técnicos, é obrigação de quem quer sonhar com alguma coisa boa no Brasileiro. Se continuar a ter atuações irregulares assim, o Glorioso corre o risco de logo, logo, passar a se preocupar com o fantasma do rebaixamento.

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Empolgante 

Ao contrário do Botafogo, por quem foi derrotado no último clássico, o Fluminense teve uma atuação de encher os olhos, na vitória sobre o Atlético Paranaense. Abel Braga está tirando leite de pedra de um elenco jovem e limitado e tem conseguindo isolar o futebol da crise que assola o tricolor, com direito inclusive a salários atrasados – o que, normalmente, contamina o ambiente. Abelão é um dos últimos treinadores de sua geração ainda em grande forma. Atualizado com as novidades táticas e sempre carismático, é o último pilar das Laranjeiras. No dia que sair...

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Devagar com o andor 

Desde que Neymar se contundiu, venho insistindo na tese (corroborada por ortopedistas de ponta do futebol, como Clóvis Munhoz) de que o craque do PSG não disputará a Copa com 100% de suas condições físicas e técnicas. Em recente entrevista a Zico, ele confessou ainda ter medo de voltar a jogar normalmente. Algo comum quando se sofre contusões mais sérias como a dele. Caberá à comissão técnica e ao departamento médico da CBF ir avaliando-o treino a treino, amistoso a amistoso. Ao contrário do que aconteceu em 2014, não acho que haja, atualmente, uma dependência tão grande de Neymar. O recente amistoso contra a Alemanha, mostrou que a seleção pode armar um ótimo time, sem ele. Devagar com o andor, portanto. Se sua volta aos campos for açodada, o trauma de uma eventual saída forçada pode ser bem pior.

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Gigante mental 

Alexander Zverev tinha vencido o segundo set por 6 a 1 (devolvendo o placar que sofrera, no primeiro), já tinha uma quebra de saque a seu favor, no terceiro, e dominava a quadra com autoridade. Aí, choveu, o jogo foi interrompido e, na volta, Rafael Nadal não lhe deu tempo nem de aquecer. Devolveu a quebra e tomou conta da partida, conquistando o título do Masters 1000 de Roma.

Essa é a grande vantagem do Miúra. Nada o abala. Mesmo quando está em desvantagem. Por isso seu sucesso colossal em jogos de cinco sets, no saibro. No que o rival pisca, ele o engole. E é muito difícil não piscar em confrontos tão longos. Basta ver a dificuldade que o próprio Zverev, atual número 3 do mundo, tem encontrado nos torneios de Grand Slam. Roland Garros começa na semana que vem e será difícil bater o espanhol, que lutará pelo seu décimo primeiro título. Tomara que Novak Djokovic cai na parte debaixo da chave, evitando-o até a final. Seria sensacional vê-los juntos, na Phillippe Chatrier, na grande decisão.

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De qualquer jeito

Campeonato Brasileiro de 1975. Jogavam, no Mineirão, Cruzeiro e Fluminense. O tricolor era a famosa “Máquina” de Francisco Horta, mas o time de azul também era de respeito, com um ataque formado por Roberto Batata, Dirceu Lopes, Palhinha e Joãozinho. 

Um a um no placar, mas os mineiros já tinham acertado cinco vezes a trave. Faltando três minutos, o Flu consegue um escanteio pela esquerda. Exausto, Paulo César Caju chama o ponta Zé Roberto e lhe faz um sensato apelo: 

- Zé, faltam poucos minutos, vamos tocar a bola por aqui, pois a pressão do Cruzeiro está muito forte. 

E o Zé, ofegante: 

- Caju, eu tô morto de cansado. Bate isso aí... Bate de qualquer maneira... 

Paulo César, então, chuta forte para a área... GOL OLÍMPICO! O primeiro a abraçá-lo e Zé Roberto: 

- Cacilda, Caju, como é que você conseguiu isso? 

E o PC, com a maior franqueza, às gargalhadas: 

- Fiz o que você mandou. Bati de qualquer jeito! 

Em tempo: justiça seja feita, mesmo batendo de qualquer jeito, o PC só tocava na bola com extrema categoria. Era um cracaço. 

Quem me contou a história? O próprio Zé Roberto.