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Com três volantes e sem direção

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O que passa pela cabeça de um técnico que escala o seu time com três volantes e é massacrado em campo? Aconteceu com Zé Ricardo, do Vasco, goleado impiedosamente pelo Racing, na Libertadores, e com Alberto Valentim, do Botafogo, que só não levou um saco de gols, no Brasileiro, porque Gatito Fernández estava em noite inspiradíssima, na Ilha do Retiro. 

Ricardo e Valentim são treinadores da nova geração. Esperava-se deles cabeças mais arejadas e táticas mais ousadas, à altura dos novos tempos, onde a escola de Pep Guardiola já se sobrepôs mundialmente à de José Mourinho. É justo dizer que Vasco e Botafogo costumam apresentar-se bem organizados, conseguindo, às vezes, resultados até superiores aos esperados, diante da limitada qualidade técnica de seus elencos. Mas daí apelar para o acúmulo de marcadores no meio-campo, em detrimento daqueles que podem organizar as ações ofensivas é um retrocesso lamentável que jovens profissionais do futebol, como eles, deveriam evitar. 

É nessas horas que sou obrigado a concordar com Muricy Ramalho que, na última segunda-feira, no Bem, Amigos, do SporTV disse, sem meias palavras que o único técnico que considera trazer alguma novidade aos campos é Fernando Diniz, atualmente dirigindo o Atlético Paranaense. O resto é mais do mesmo, independentemente da data de nascimento.

Outro velho jovem 

O jovem interino do Flamengo, Maurício Barbieri, também apelou para uma trinca de volantes, tirando Vinícius Jr., no segundo tempo do jogo contra o América Mineiro. Só não deixou escapar a vitória porque Júlio César brilhou em sua emocionante despedida.

Rei do Egito 

O que está jogando o egípcio Mohamed Salah, atacante do Liverpool, não está em nenhum gibi - cáspite! Capitaneando um ataque impressionante, com o brasileiro Roberto Firmino (outro que está em grande fase) e o arisco, mas por vezes errático, senegalês Sadio Mané, ele praticamente liquidou a Roma, no primeiro jogo das semifinais da Liga dos Campeões, disputado em seu estádio. 

Os ingleses abriram 5 a 0 e aí o técnico Jurgen Klopp tirou os três titulares do ataque, achando que a fatura estava liquidada. Foi aí que os italianos se empolgaram e acabaram marcando dois gols que deixam uma ponta de esperança para a partida de volta, em Roma – não custa lembrar, 3 a 0 era o placar que também precisavam e conseguiram diante do Barcelona, nas quartas de final.

 É possível repetir tal feito? Acho muito difícil. Até porque é bastante improvável que Salah, Firmino e Mané passem em branco no belíssimo Estádio Olímpico.

Ah, Maria! 

Se Novak Djokovic anda sofrendo para recuperar a forma perdida (e estreia hoje, no ATP 500, de Barcelona), há no circuito do tênis outro grande nome que também já conquistou os quatro torneios do Grand Slam, foi número um e tem penado mais que o Jó de que nos fala a Bíblia. Refiro-me à bela Maria Sharapova, musa eterna das quadras que, desde que voltou da suspensão por doping, ainda não reencontrou o seu jogo. 

Em Stutgart, ele perdeu pela quarta vez consecutiva numa primeira rodada. Seu último triunfo foi no Aberto da Austrália, onde chegou à terceira rodada, sendo derrotada pela alemã e também ex-número 1, Angelique Kerber. Com o resultado dessa semana em Stutgart, Maria cairá ainda mais no ranking, ficando fora das 50 primeiras posições.

Circo golpista

A novidade na F-1 é a suspeita de que a Ferrari e outras equipes estejam infringindo o regulamento, para obter vantagens ilegais na aerodinâmica de seus carros. Golpes no circo da velocidade não são novidade. A Brabham, de Bernie Ecclestone e Nelson Piquet lançou, no GP do Brasil de 1982, um sistema de refrigeração dos freios à água que, na verdade, se tratava apenas de uma artimanha para que o carro atingisse o peso mínimo exigido pelo regulamento. Quando ia para a pista, Piquet acionava uma alavanca que esvaziava os reservatórios, deixando a Brabham mais leve. Assim, venceu em Jacarepaguá, mas acabou desclassificado.

Risco real e imediato 

Após dois empates em casa (em ambos tinha a vitória nas mãos e entregou o ouro aos bandidos), o Flamengo não pode nem pensar em perder do Santa Fé, hoje, em Bogotá, sob pena de acabar a rodada em terceiro lugar – fora, portanto, da zona de classificação para a próxima fase da Libertadores. 

Um empate não chega a ser um desastre mas deixa o rubro-negro naquela incômoda posição de, possivelmente, precisar decidir sua vaga contra o River Plate, em Buenos Aires – e as lembranças de situação semelhante, contra o San Lorenzo, no ano passado, são traumáticas.

 O que é preciso para vencer logo mais, no El Campín? Jogar como nos primeiros vinte minutos, diante do próprio Santa Fé, no Maracanã, e não perder completamente o rumo, como aconteceu, na mesma partida, após levar o gol de empate.

Preocupação e bom humor 

Tão logo terminou o jogo do Liverpool, o amigo rubro-negro Léo Pinheiro disparou, pela internet: 

- O Flamengo tem que contratar um lateral-esquerdo urgentemente, para marcar o Salah. O Liverpool vai vir com sangue nos olhos no Mundial Interclubes, para vingar a derrota de 81! 

Tal e qual aquela seção da velha Seleções de Reader´s Digest, rir é o melhor remédio.