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Adeus a um gigante do esporte

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 Conheci Bebeto de Freitas, quando eu tinha 15 anos e jogava voleibol no infantil do Botafogo. Ele era mais velho três anos e já um dos craques do elenco estelar do alvinegro. Capitão da equipe juvenil, jogava também como levantador titular do timaço da primeira divisão do Glorioso, esquadrão imbatível naquela época (11 vezes campeão carioca, de 1965 a 1975).

Na saudosa sede do Mourisco, cada vez que tocava na bola, durante os treinos, à noite, Bebeto levava as meninas ao delírio. Um galã das quadras, no final dos anos 60, início dos 70. E se o jogador que conheci era espetacular, o técnico que se tornou mais tarde, se mostrou ainda melhor. Sob sua batuta, o vôlei do Brasil conquistou a primeira medalha olímpica (prata em Los Angeles-84), e lotou o Maracanã, num amistoso inesquecível contra a União Soviética, recorde de público, até hoje, na história do esporte.

Sua forte personalidade, porém, acabou fazendo com que criasse muitos inimigos no meio, o maior deles, um ex-companheiro de time e seleção: Carlos Arthur Nuzman, que virara dirigente e comandava, à época, a Confederação Brasileira de Voleibol.

Numa entrevista-bomba, para mim, publicada em meia página no Globo, Bebeto denunciou a agência de marketing esportivo “Sportsmedia”, de Leonardo Gryner, ex-diretor da TV Globo e braço direito de Nuzman, responsável por todos os contratos de publicidade e direitos de imagem da CBV. Ninguém lucrava mais com o vôlei do que a tal empresa. A vingança do cartola foi imediata e Bebeto acabou indo para o vôlei italiano, onde colecionou títulos importantes à frente do Maxicono Parma e da própria squadra Azurra, ganhando um Mundial e uma Liga Mundial.

De volta ao Brasil, começou a mexer com futebol e, confesso, quando assumiu a presidência do seu amado Botafogo, me enchi de esperança, acreditando que ele pudesse se tornar um dirigente moderno e capaz de inovar as carcomidas estruturas do velho e violento esporte bretão por aqui.

Infelizmente, aí Bebeto não conseguiu o sucesso do vôlei. Embora tenha trazido o clube da Segunda para a Primeira Divisão, com Levir Culpi como treinador, quase caiu de novo, pouco depois, e a cena que ficou para a história, de sua passagem como presidente alvinegro, foi a do chororô, no vestiário, abraçado a Cuca e aos jogadores, após uma derrota na final para o Flamengo.

Uma injustiça. Além de ter conquistado o título do Campeonato Carioca de 2006, Bebeto foi um dos que lutaram pela aprovação da Timemania, para tentar solucionar o problema das dívidas do clube. Na sua administração, o Botafogo ganhou também a concessão do Estádio Olímpico João Havelange, em 2007. Nos últimos anos, voltou a trabalhar no Atlético Mineiro, onde faleceu ontem.

Uma perda inestimável para o esporte brasileiro. Bebeto de Freitas foi tão grande quanto seu tio João Saldanha e seu primo Heleno de Freitas. Descansa em paz, campeão.

Cuca vai pegar? 

Ao contrário do que ele mesmo deu a entender, ao elogiar o desempenho de Willian Arão, após o último jogo, contra o Macaé, o técnico Paulo César Carpegiani decidiu não mudar o Flamengo para o confronto de hoje, contra o Emelec. Se, entretanto, o time for derrotado, aumentará consideravelmente a pressão para que ele assuma o cargo para qual foi contratado (gerente do futebol) e traga outro treinador. O nome mais forte, nos bastidores da Gávea, é o de Cuca.

Grand Slam à vista? 

As seguidas contusões de Rafael Nadal, Novak Djokovic e Andy Murray, três dos integrantes do “Fab Four”, facilitaram a vida de Roger Federer, mas tiraram também boa parte do brilho do circuito de tênis. Não há, ainda, entre a turma da nova geração nenhum tenista capaz de desafiar o suíço de igual para igual e, pior, de motivar o público, como acontecia nos duelos entre os quatro gênios, que dominaram as quadras na última década.

Sascha Zverev, Nick Kyrgios e outros da mesma idade ainda precisam amadurecer. E os que são um pouco mais velhos, como Grigor Dimitrov e Milos Raonic, não parecem capazes de atingir o nível de excelência necessário para a empreitada. Do jeito que está, Roger vai nadar de braçada na atual temporada. Não me espantarei se conseguir fechar o Grand Slam este ano – algo que, desde Rod Laver, em 1968, ninguém consegue. O mais difícil, como sempre, será Roland Garros, que Federer ainda nem decidiu se jogará. Mas com o Miúra combalido...

Perdoai, pai 

“Jesus não agradou todo mundo, o Fágner não vai agradar”.

Do lateral do Corinthians, defendendo a própria convocação.

Sacrilégio perde..