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O caso Tiffany e a CBV 

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Principal polêmica esportiva do Brasil, fora o futebol, o caso de Tiffany, a jogadora trans do Bauru, tem provocado uma discussão feroz no voleibol feminino. Já escrevi o que penso: sou contra, por não conseguir aceitar que alguém que se criou e desenvolveu fisicamente como homem, até os 29 anos de idade, possa competir em igualdade com as mulheres, só porque passou a ter baixos níveis de testosterona, após a mudança de gênero. Por isso, critiquei, aqui no JB, a recente entrevista de Radamés Lattari, executivo da CBV, que permitiu sua inscrição. Por conta disso, recebi, do próprio Radamés, o texto que se segue que, além de muito educado, pode ajudar a esclarecer um pouco mais essa nebulosa história. Fala, “Rada”: 

“Caro Renato, como uma pessoa ligada ao esporte, fico muito feliz com o ressurgimento do JORNAL DO BRASIL, em especial com o retorno da sua coluna. No último domingo, você escreve sobre a minha “lambança” no caso Tiffany. Mesmo em se tratando de um jornalista bem informado, não há como um profissional de imprensa estar 100% informado, principalmente tratando-se de um caso onde algumas decisões foram recentes. Desta forma, passo a relatar fatos que julgo relevantes, no sentido de que você possa melhor entender o tema, realmente polêmico.

 1 - A jogadora foi inscrita na Itália como Tiffany, com o aval da FIVB. 

2 - Pelas regras da FIVB, bastava a atleta possuir um documento qualquer, identidade ou passaporte, com o seu novo nome, independente de cirurgia ou não, para que ela esteja apta a jogar. 

3 - Ela veio da Itália transferida para o Brasil e a equipe de Bauru a inscreveu. Nós, da CBV, por considerarmos o assunto delicado, fizemos diversas reuniões com os nossos médicos e resolvemos adotar as regras do COI, que são mais rígidas e exigem diversos exames.  

4 - Devido à nossa demora em liberar a atleta, a sua equipe entrou na Justiça onde foi concedida uma liminar nos dando um prazo para analisar os exames apresentados pela atleta. 

5 - A CBV é uma das poucas, talvez até a única Confederação Brasileira de uma modalidade olímpica, que possuiu um Comissão Médica formada por profissionais do maior gabarito, presidida pelo Dr. João Grangeiro.

 6 - A atleta Tiffany apresentou todos os exames exigidos pelo COI e a nossa comissão médica, independentemente das opiniões pessoais de cada membro, constatou que a atleta se encontrava bem abaixo dos limites exigidos pelo COI. Desta forma, a comissão liberou a inscrição da atleta. 

7 - A atleta continua, a cada jogo, apresentando seus exames, mesmo não sendo uma obrigação, pois para o COI, após de apresentar seus exames durante 12 meses seguidos dentro dos índices estabelecidos, passa a ter de apresentá-los somente uma vez por ano. 

8 - A FIVB decidiu no mês passado adotar a legislação do COI.

 9 - Quem convoca os atletas são os técnicos. Neste momento ela está apta a participar, inclusive dos Jogos Olímpicos, pela legislação do COI. 

10 - Na entrevista disse aos repórteres, apenas, que não me cabe julgar. Como executivo da CBV, cabe a mim cumprir o estabelecido pelo COI e pela FIVB. E, ante as determinações do COI e da FIVB, a atleta está em condições, dependendo da avaliação técnica do treinador de ser convocada.

Reconheço que o tema é novo e, polêmico e, admito até que possamos ter fatos novos na próxima reunião do COI. E, claro, o que lá for decidido, aqui será aplicado. Acredito que tenha contribuído para uma perfeita avaliação de sua parte. Qualquer dúvida, me coloco à sua inteira disposição. Abraço, Radamés Lattari”.

Sem milagre 

Com Neymar, já seria muito difícil virar o placar de 3 a1, imposto pelo Real Madrid, no Santiago Bernabéu. Sem ele ... Quem o milionário Nasser Al-Ghanim Khelaïfi contratará, na próxima temporada, para reforçar o time e continuar perseguindo o sonho de vencer a Liga dos Campeões e o Mundial? E será que Neymar continuará na Cidade-Luz, em 2019?

Sem favoritismo 

Apesar da classificação, não creio que o Real Madrid consiga conquistar novamente a “Orelhuda”. Na atual temporada, os merengues me parecem em nítida inferioridade em relação a pelo menos três outros grandes rivais: Manchester City (o meu favorito), Barcelona e Bayern de Munique. A conferir o que reservará o sorteio da próxima fase.

Sem sentido 

Júlio César tem uma linda história no Flamengo, na Inter de Milão e no futebol brasileiro (apesar das falhas na Copa de 2010 e do 7 a 1, em 2014). Ainda assim, continuo a não entender essa coisa de escalá-lo no Carioquinha, quando o titular Diego Alves precisa MUITO de ritmo para disputar os próximos jogos da Libertadores. Mais uma trapalhada do comando do futebol rubro-negro, que mistura alhos com bugalhos e segue errando mais que acertando.

Sem comparação 

Jantávamos no Lellis, após um “Bem Amigos”, e o assunto era as mulheres mais bonitas do Brasil, em suas devidas épocas. Falava-se em Bruna Lombardi, Maitê Proença, Luana Piovani e, de repente, um dos músicos da banda que tocara no programa, quietinho até então, dispara: 

- Nenhuma dessas encosta na minha avó! 

Perplexidade geral e a pergunta imediata: 

- Quem é a sua avó? 

- Tônia Carrero!

E todos da mesa se ergueram e, braços estendidos para frente, prestaram ao moleque a devida reverência. Grande Tônia! Saudades.