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Sem Copa e sem comando, futebol italiano não elege presidente

Federação do país sofrerá intervenção de comitê olímpico

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Terminou sem vencedor a assembleia desta segunda-feira (29) para escolher o novo presidente da Federação Italiana de Futebol (Figc), após a renúncia de Carlo Tavecchio, derrubado pelo fiasco da Azzurra nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018.

Como é de praxe quando há impasses desse tipo, o Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni) nomeará um comissário extraordinário para comandar a Figc, em reunião marcada para o próximo dia 15 de fevereiro.

A última vez que o Coni foi obrigado a intervir na federação de futebol ocorreu em 2006, na época do escândalo de manipulação de resultados que culminou na cassação de dois títulos nacionais da Juventus.

Ao todo, três candidatos concorreram ao comando da Figc: os presidentes da Associação Italiana de Jogadores, Damiano Tommasi, da Liga Nacional de Amadores, Cosimo Sibilia, e da Lega Pro (terceira divisão), Gabriele Gravina.

A primeira votação terminou com Sibilia na frente, com 39,37%, seguido por Gravina (37,06%) e Tommasi (22,34%). Para vencer, o candidato precisava obter 75% dos votos. No segundo escrutínio, o patamar mínimo caiu para dois terços, mas a divisão se repetiu: 40,41%, 36,29% e 22,23%.

A terceira votação exigia maioria simples para um candidato sair vencedor, porém nem assim foi possível definir o novo presidente da Figc. Sibilia seguiu na liderança, mas com 39,42%, à frente de Gravina (38,36%) e Tommasi (20,78%).

Como não houve ganhador, os dois primeiros disputaram uma espécie de "segundo turno", no qual 59,09% dos votos ficaram em branco, número suficiente para impedir a vitória de Gravina, que obteve 39,06%.

Segundo Sibilia, ele chegou a propor uma aliança para colocar Gravina no controle da Figc, mas o pacto não avançou.

"Propusemos o acordo, apesar de eu ter ficado em vantagem em todas as votações, quando o naufrágio era iminente, mas não quiseram", declarou o presidente dos amadores.

Já Tommasi afirmou que a derrota foi do "sistema". "É justo que alguém de fora nos dê uma mão", disse. O mais cotado para assumir o cargo de comissário extraordinário da Figc é o próprio presidente do Coni, Giovanni Malagò, que teria um mandato inicial de seis meses, prorrogável a cada meio ano.

Enquanto isso, a seleção italiana segue sem técnico, e o futebol da "bota" expõe cada vez mais suas divisões.