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Wada divulga relatório apontando “várias falhas” em antidoping das Olimpíadas 2016

Agência Mundial Antidoping criticou sistema de coleta para exames 

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Na última quinta-feira (27), a Agência Mundial Antidopingo (Wada) divulgou um relatório feito por uma comissão de observadores independentes criticando duramente o sistema de coleta para exames, apontando várias falhas no processo durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.

O texto lista diversos problemas que dificultaram, em especial, a realização de exames fora de competição nos atletas. Apesar disso, a agência elogiou o legado tecnológico deixado no país para combater o doping.

Entre os principais problemas estão: o planejamento inadequado de escalas dos funcionários; a falta de pessoal propriamente treinado no controle de doping; falta de manutenção nas estações de controle; falta de equipamentos nos centros de controle; falta de acesso dos fiscais de doping às áreas de imprensa; problemas no transporte e comida insuficiente para os funcionários; e a falta de conhecimento sobre a localização dos atletas nos momentos em que não estavam competindo.

Em entrevista ao portal UOL Esportes, o diretor de comunicação da Rio-2016, Mario Andrada comentou que a principal reclamação da Wada foi a presença de estranhos na região onde era realizado os exames.

“A principal reclamação que nos toca tem a ver com o acesso de estranhos na região em que era feito o antidoping. O atleta tem de sair da área de competição para o antidoping sem qualquer interferência, e em algumas das nossas venues esse caminho tinha bastante fluxo. Temos certeza de que não houve nenhuma interferência, mas esse foi o principal problema relativo ao comitê”, comentou.

Andrada disse também que a organização dos Jogos realizou vários ajustes, mas admitiu a dificuldade de solucionar os problemas.

“A gente fez vários ajustes sobre isso, mas não era muito fácil resolver o problema. A gente evoluiu. Tem algumas coisas em megaeventos que são aprendizados. Na medida em que eles começaram a reclamar, a gente viu que isso teria potencial de interferir no exame e começou a corrigir”, encerrou.

O relatório apontou também que alguns problemas aconteceram devido razões que fogem do controle do Comitê Organizador, mas não apontou exatamente quais seriam essas razões.

Os especialistas criticaram também: cortes de recursos que estavam reservados para o programa antidoping, o que poderia aumentar em até 30% o número de fiscais na competição; tensões entre o Rio-2016 e a ABCD (Agência Brasileira de Controle de Dopagem); trocas no comando do departamento antidoping do Rio-2016 um ano antes dos Jogos; e a falta de uma estratégia coordenada e unificada no comitê organizador.