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Oswaldo se convence de que não sofre rejeição de torcedores do Corinthians

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Oswaldo de Oliveira adotou um discurso firme ao ser apresentado como novo técnico do Corinthians, na semana passada. Ciente de que a sua contratação havia despertado rejeição em parte da torcida, recorreu ao seu passado vitorioso no clube, rememorou mais de uma vez a conquista do Mundial de Clubes de 2000 e observou que até o ídolo Tite já foi vaiado. Após estrear em Itaquera com vitória por 2 a 0 sobre o América-MG, no entanto, o receio em relação à receptividade do público acabou plenamente superado.

"Está muito claro para vocês que não é a torcida do Corinthians. Não vou mais me deter neste assunto porque não tem fundamento. A torcida é muito convicta, apaixonada, e sempre me respeitou e reconheceu muito o que fiz em outra época, os títulos que vencemos. Sempre houve uma empatia muito grande", bradou Oswaldo, às vésperas de enfrentar o primeiro mata-mata desde o retorno ao Corinthians. A partida contra o Cruzeiro, na noite desta quarta-feira, no Mineirão, vale uma vaga nas semifinais da Copa do Brasil.

De fato, a rejeição a Oswaldo é muito maior entre dirigentes do que entre torcedores. Eduardo Ferreira decidiu se desligar da diretoria de futebol por discordar do retorno do treinador, efetivado unilateralmente pelo presidente Roberto de Andrade. Líder do grupo político que comanda o Corinthians, Andrés Sanchez também se irritou com a decisão do mandatário, assim como outros dos seus aliados.

"Não era a torcida do Corinthians", repetiu Oswaldo, quando ouviu que o seu discurso na apresentação mudara o pensamento de muitos torcedores, como faria um bom político. "E não sou candidato. Já fui eleito. Não tem essa, cara. Se tivesse que acontecer alguma coisa (refere-se a uma eventual manifestação de torcedores), já teria acontecido. Que esse assunto não volte porque não tem fundamento", complementou.

Antes de se convencer de que é bem aceito entre os torcedores, o técnico também havia feito média com dirigentes. Recordou que, ainda como auxiliar de Vanderlei Luxemburgo no Corinthians, chegou a contar com caronas de Andrés Sanchez para assistir a jogos das categorias de base.

Quase duas décadas mais tarde, Oswaldo usa a experiência adquirida como técnico para evitar que os problemas internos do Corinthians atinjam o elenco. "A nossa verdade não pode ficar à parte de nada. Todo o mundo sabe o que acontece porque, no final das contas, as coisas se tornam públicas. Temos que conviver com elas. E, aqui, não estou lidando com crianças. São todos adultos, pais de família ou carregando uma família inteira por trás. Todos têm responsabilidade e não fogem disso", discursou.

Além de valorizar o diálogo com os atletas, o treinador acredita que sabe como se aproximar da torcida. A ponto de mostrar o seu lado popular quando a identidade com o Corinthians é colocada em xeque. "No Fluminense, diziam que eu parecia um lorde porque estava em um clube aristocrático. Mermão, lorde de Realengo? Isso não existe", gargalhou o carioca e corintiano Oswaldo de Oliveira.