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Renzi ataca prefeita de Roma por deixar projeto olímpico

Após evitar fazer críticas à Raggi, Renzi questionou prefeita

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O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, fez duras críticas à prefeita de Roma, Virginia Raggi, neste sábado (24) pela decisão de abandonar a candidatura para a capital italiana ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2024.

"O fato de dizer que não se farão as Olimpíadas por medo de corrupção é uma incrível admissão de incapacidade dos dirigentes daquela cidade. Não se param as grandes obras, se prende os ladrões. Se você diz 'não', tem medo, paralisa diante de um grande desafio e prefere não dar a cara, você escolheu o trabalho errado", disse o premier durante um evento de sua sigla, o Partido Democrático (PD).

Raggi, que pertence à legenda populista e anti-governo Movimento Cinco Estrelas (M5S), informou na quarta-feira (21) que iria abandonar a disputa olímpica. A desistência era uma das propostas de campanha da prefeita, mas por diversas vezes, ela havia afirmado que faria um referendo com os romanos sobre o tema.

No entanto, durante este mês, as pesquisas mostravam um posicionamento extremamente favorável aos Jogos Olímpicos, diminuindo o ceticismo da época de campanha eleitoral.

Na primeira vez que falou sobre o tema, no dia 23, Renzi havia direcionado suas críticas ao M5S e disse que "respeitava" a decisão de Raggi mesmo sem fazer o prometido referendo. Mas disse que o partido "teria oito anos para organizar" a cidade e evitar possíveis roubos de dinheiro público.

Segundo o premier, nos oito anos que antecederiam a realização do evento esportivo, seria possível fazer uma grande fiscalização dos gastos. "Se você tem oito anos pela frente e tem um mínimo de credibilidade e autoridade, você consegue caçar todos os ladrões", acrescentou.

"O dinheiro das Olimpíadas poderia ser colocado na periferia de Roma se você fizer os Jogos, se não, esse dinheiro vai para as periferias de Los Angeles e Paris. Meu coração chora pelos postos de trabalho perdidos em Roma, pelas periferias de Roma", disse ainda o premier.

Criticando a postura do M5S, que também realiza uma festa nesse sábado, o líder do governo italiano afirmou que seu país está divido em dois: "entre aqueles que ficam vigiando das janelas e quem está na arena e que se vê que algo está errado, vai lá e muda".

Além das questões olímpicas, o sábado na Itália está marcado por grandes manifestações contra e a favor do referendo sobre a reforma constitucional, que deve ocorrer no final do mês de novembro. Do lado do "sim", está o PD de Renzi enquanto do lado do "não" está o M5S liderado por Beppe Grillo.