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"Cuidar do meu físico foi um grande diferencial na minha carreira", dizia Senna

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Ser o mais rápido não basta. Para encarar um cockpit de Fórmula 1, é preciso estar muito bem condicionado fisicamente. E entenda-se por “estar condicionado” treinar diariamente, comer e beber de forma regrada, sem excessos, dormir 8 horas por noite e aguentar o psicológico de viver longe da família e dos amigos nove meses por ano.

Essa rotina a 300 km/h, como definiu Ayrton Senna, considerado por muitos o maior de todos os tempos na modalidade, é construída com muito esforço: “É claro que a consistência não é apenas uma qualidade natural, mas o resultado de um longo e duro treinamento físico, que lhe dá condições de expressar o melhor de si e chegar ao final das corridas, mesmo as mais árduas, nas mesmas condições com que as iniciou”. 

O tricampeão mundial, desaparecido 22 anos atrás, creditava suas vitórias à preparação e aos treinos. Durante sua longa e vitoriosa carreira, Senna cercou-se de grandes profissionais, como o austríaco Josef Leberer, fisioterapeuta que chegou na McLaren em 1988, assim como o brasileiro Nuno Cobra, mentor e preparador físico. 

A preparação 

Para manter-se em forma durante um campeonato tão extenso, um dos cuidados físicos importantes é com a musculatura do pescoço, com exercícios de alongamento e fortalecimento, uma vez que as curvas dos circuitos tendem a pressionar o tórax e a cabeça (Força G).

Músculos grandes, como peitoral e costas, além de pernas, não ficam de fora, assim como as corridas semanais, essenciais para manter a oxigenação perfeita do corpo. 

Outro fator de preocupação são as temperaturas que o carro atinge, passando de 50ºC dentro do cockpit. Médicos estimam que a energia do piloto necessária para aguentar este forno por duas horas pode chegar a 17 vezes o metabolismo de repouso, o que requer grandes quantidades de glicose e oxigênio.

A alimentação, rica em carboidratos, e a hidratação antes, durante e depois de cada grande prêmio, contribuem para deixar o piloto – no caso, o atleta – mais resistente a uma possível confusão mental. 

E quanto à pilotagem? Bem, no que se refere à interação com os carros, a segunda peça mais valiosa depois dos pilotos, a maior parte dos treinos é em equipamentos que simulam a Força G e apresentam as curvas dos circuitos mundais. Na pista, mesmo, são apenas quatro dias.