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Com Benite inspirado, Brasil derrota os Estados Unidos e chega invicto à semi final do basquete

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Em uma noite em que o ala-armador Vítor Benite marcou 34 pontos, tendo uma atuação incrível nos arremessos de longa distância (acertou oito dos 11 tiros que tentou de três pontos), a Seleção Brasileira de basquete venceu os Estados Unidos por

93 x 83 nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Com isso, a equipe chega à semifinal invicta e com moral para enfrentar a República Dominicana. O único problema é que o time terá pouquíssimo tempo de descanso antes da partida que vale vaga na decisão, nesta sexta-feira, às 14h30, no horário de Brasília. Na outra seminal, os Estados Unidos enfrentam o Canadá, às 19h (de Brasília).

Sem esconder a felicidade pelo seu desempenho diante dos norte-americanos – que trouxeram para Toronto um time que tem sete universitários e atletas que atuam na Europa, cinco deles com passagens pela NBA (Bobby Brown, Anthony Randolph, Damien Wilkins, Keith Langford e Ryan Hollins) –, Benite disse que a marca de 34 pontos é a maior de toda sua vida.

“Tem dia que o aro parece que é um saco grande. Mas faz parte. Acho que a gente treina para isso e alguns dias são diferentes, você está sentindo a mão, e com algumas bolas até com um pouco de sorte, estourando (o cronômetro) e de longe”, declarou o jogador, que fez questão de ressaltar o trabalho do grupo. “Acho que a equipe quando viu que eu estava bem começou a trabalhar para mim de uma forma que é até emocionante”, continuou. Outro destaque foi o ala-pivô Augusto Lima, que marcou 14 pontos e pegou oito rebotes.

O técnico Ruben Magnano exaltou as atuações da dupla, mas destacou que a vitória não se deveu a apenas os dois. “Seria muito egoísta da minha parte falar que somente Augusto e Benite jogaram bem. Eles afortunadamente tiveram uma atuação especial, mas é claro que a equipe trabalhou para eles.”

O treinador não poupou críticas à organização dos Jogos Pan-Americanos, por fazer com que os jogadores, que já estão desgastados por três jogos em dias seguidos, tenham tão pouco tempo de descanso antes da semifinal.

"Acaba que mais do que show, mais do que jogo, mais do que televisão, mais do que repórter e mais do que gente, há uma matéria prima que temos que cuidar e respeitar. E a matéria prima são os jogadores. Um jogo deste nível não pode ter menos do que 12 horas de recuperação. Estamos batendo duro é nos atletas. Acho que os organizadores têm que analisar muito bem esse tipo de coisa. Isso não pode ser. Tem que ter, no mínimo, 24 horas de recuperação”, declarou o treinador, que espera muita dificuldade diante da República Dominicana. “É um jogo diferente e temos que estar muito de olho, porque eu conheço bem. Temos que ter muita precaução com um time como o deles, que joga muito solto, muito livre e é muito perigoso.”

O jogo

Brasil e Estados Unidos fizeram o jogo de fechamento da fase de classificação. Nas partidas preliminares desta quinta-feira, a Argentina derrotou a República Dominicana (80 x 70), Porto Rico passou pela Venezuela (89 x 72) e o Canadá superou o México (96 x 76).

Com os dois times tendo vencido seus dois confrontos anteriores – os norte-americanos derrotaram a Venezuela por 85 x 62 e passaram por Porto Rico por 102 x 70, enquanto os brasileiros triunfaram sobre Porto Rico, por 92 x 59, e Venezuela, por 79 x 64 –, as duas equipes já estavam classificadas para as semifinais, o que não diminuiu o ritmo da partida.

O Brasil saiu jogando com Rafael Luz, Augusto Lima, Vítor Benite, Rafael Hettsheimeir e Leonardo Meindl e não tardou a tomar a dianteira no placar. Com a equipe solta e Benite bastante inspirado (ele acertou três arremessos de três pontos e foi o grande destaque do Brasil no primeiro quarto), o Brasil abriu vantagem de sete pontos, fechando a primeira parcial em 24 x 17.

No segundo quarto, os rivais voltaram mais ligados e, apertando a marcação, cortaram a vantagem brasileira para três pontos (27 x 23). Entretanto, o Brasil não permitiu uma reação além disso e voltou a se impor, fechando o primeiro tempo em 47 x 38, com Benite indo para o vestiário como o cestinha, com 15 pontos.

O intervalo fez bem para os brasileiros, que voltaram com ainda mais intensidade para o terceiro quarto. Com os norte-americanos confusos em quadra e abusando dos erros no ataque, o Brasil rapidamente ampliou a vantagem par 16 pontos (56 x 40) e terminou a terceira etapa 18 pontos à frente (75 x 57). Depois disso, a equipe apenas administrou a vantagem para fechar 10 pontos na frente. E, como não poderia deixar de ser, o último ponto do jogo foi marcado por Benite, em sua última cesta de três pontos. Um prêmio perfeito para uma noite marcada por enorme inspiração por parte do jogador.