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Após Joanna Maranhão, COB veta politização de atletas no Pan

COB fará orientação para que atletas evitem polêmicas enquanto estiverem em Toronto

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O Comitê Olímpico do Brasil (COB) quer evitar novas opiniões políticas polêmicas de atletas nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Após o desabafo de Joanna Maranhão em uma rede social durante esta semana contra a diminuição maioridade penal, a entidade fará uma “orientação” para os atletas evitarem atos do tipo. A intenção é que, enquanto estiverem com o uniforme do Time Brasil, os atletas deixem de lado opiniões pessoais que possam incomodar torcedores.

“Enquanto o atleta não está sob nosso controle, não temos domínio nenhum, cada um pode se posicionar como quiser, como aconteceu esta semana (com a Joanna Maranhão). Quando chega aqui sim, a gente dá uma orientada, mostra que quando está aqui dentro é um embaixador do Time Brasil, e que é melhor ele guardar sua posição para si. Não temos nada contra, só que não fale em nome da delegação inteira”, disse Marcus Vinicius Freire, em entrevista ao Terra na cidade-sede dos Jogos.

O dirigente alega que a repercussão do que a atleta expôs "não afetou em nada" o Time Brasil. A nadadora Joanna Maranhão, que já havia afirmado em entrevista ao Terra há duas semanas que viraria as costas para a oração da bancada religiosa na câmara após a Parada Gay de São Paulo, criticou veementemente a aprovação da diminuição da maioridade penal. Pior: afirmou que não representará no Pan os eleitores de Marco Feliciano, Eduardo Cunha, Bolsonaro e outros deputados.

“Não consigo dissociar a representatividade que tem eu vestir a camisa do Brasil no Pan e a política do meu país. Já é a segunda vez que amanheço e tomo conhecimento dessas manobras criminosas que Eduardo Cunha tem feito no Congresso e sinto um desgosto muito grande. Não sou a favor da maioridade penal. Eu vou para o Pan defender o meu país, mas não vou representar pessoas que batem palma para Feliciano, Malafaia, Eduardo Cunha, Bolsonaro. Não faço questão nenhuma de ter a torcida de vocês”, detonou.

A fala de Joanna Maranhão afeta diretamente o processo do COB de tentar angariar apoio da torcida aos brasileiros durante a Olimpíada do Rio de Janeiro. Ultimamente, a entidade tem feito diversas ações para aproximar os fãs da equipe brasileira, como novo mascote, músicas, nova marca para a equipe, entre outras.

O depoimento da nadadora foi feito através do Facebook, outra preocupação do COB durante os Jogos. Em 2012, a própria Joanna causou polêmica em Londres ao fazer críticas contra a confederação pelo Twitter. Marcus Vinícius sabe que não pode vetar o uso de celulares e nega que fará uma cartilha para atletas. Mas, assim como impedirá a entrada de namoradas (os), pais e amigos de atletas na Vila Olímpica, também solicita bom senso aos competidores.

“Não tem como proibir essaa molecada de hoje em dia de usar redes sociais. Nós vamos orientá-los, nem faremos cartilhas. Aideia é que um grupo de treinadores (conselho ccom técnicos de quase todas as modalidades olímpicas) direcione porque eles conhecem o caminho para a vitória”, contou Marcus.