Visita da torcida aos jogadores na concentração na véspera da decisão; mídia eufórica repetindo bordões de “chegou a hora”, “vamos Chile!”, “nossa hora é essa”; políticos pedindo pela televisão cautela aos torcedores na hora da comemoração do título histórico e inédito do futebol chileno; um artista comprou 40 mil bandeiras chilenas, de tamanho médio, para distribuir em cada um dos assentos do estádio Nacional antes do jogo, em acordo com a federação; meios de comunicação, dos maiores aos mais pequeninos, querem um lugar na tribuna de imprensa para viver de perto o maior feito do futebol chileno.
Tudo aqui em Santiago cheira a Maracanazo. E não é mau agouro dizer isso. É fácil fazer memória do que aconteceu com a Seleção Brasileira dirigida por Flávio Costa, na véspera da decisão da Copa do Mundo de 50 no Maracanã diante do Uruguai. Um dia antes políticos se acotovelavam na concentração, jogadores ficaram horas de pé ouvindo discursos de “que em poucos instantes seremos campeões do mundo”. Até fotomontagem do time envergando a faixa de campeão do mundo apareceu no jornal no dia fatídico.
E como diz a anedota do mundo do futebol: só faltou combinar com o adversário. Veio o gol de Gigghia e o que para ser a maior festa do mundo se transformou na maior decepção da história do futebol, só superada ano passada pelo vexame diante da Alemanha dentro do Mineirão.
Que os chilenos não se enganem. Para vencer não basta a vontade e nem as vitórias nos jogos anteriores da Copa América . Não basta a presença da presidente Michelle Bachelet. Se perderem o mundo não vai acabar. Se vencerem os problemas por que o Chile passa não vão estar resolvidos. Isso é futebol. Mas para vencer é preciso jogar com seriedade, com vontade e torcer para que Messi não seja o mesmo do Barcelona e para ser mais preciso: que não seja o Messi da semifinal contra o Paraguai.