ASSINE
search button

Brasileiro Série A: Líder isolado e único invicto; conheça os segredos do Sport

Compartilhar

Sensação da Série A do Campeonato Brasileiro deste ano, o Sport faz campanha irretocável até aqui. Se para muitos a jornada dos pernambucanos é uma surpresa, para os próprios rubro-negros é resultado de um planejamento a longo prazo e da forma de enxergar o futebol pautado pela razão.

Após dez rodadas, os torcedores do Sport se perguntam se o clube vai ter fôlego para brigar pelas primeiras posições até o fim do campeonato. No que depender da diretoria e do atual planejamento, a resposta é positiva.

O presidente executivo do Sport, João Humberto Martorelli, avaliou as condições e acredita que o clube pernambucano possui estrutura e elenco para brigar, mesmo com o desnível de receita entre clubes do Sul e Sudeste do País. Fruto de um trabalho iniciado por antecessores e possibilitado pela união política vivida pelo clube.

Único representante do Nordeste na Série A , o Sport não tem decepcionado a região. "O fato do Sport ser o único do Nordeste, uma região esquecida, menosprezada, mas que tem muita força e que é pujante, é um fator que motiva o clube a fazer uma grande campanha. O Sport vai mostrar a força da nossa região", salientou Martorelli.

Dentro do planejamento, o Sport não tem como meta ser campeão brasileiro em um ou dois anos, apesar de acreditar na possibilidade, mas aposta que vai brigar sempre na parte de cima da tabela, conquistando vagas para competições internacionais. A torcida não tem do que reclamar e tem muitos motivos para acreditar no clube do coração, administrado sob a luz da razão. Veja cinco fatores que explicam o sucesso do Sport:

O sucesso atual do Sport é fruto de um caminho pavimentado pelas últimas administrações. O atual presidente, João Humberto Martorelli, prosseguiu com o trabalho de profissionalização. Em palavras, coube a ele a radicalização, levando profissionais para todos os setores do clube.

O Sport passou a ser menos político e mais profissional. Isso está dando resultado prático. O mandatário contratou empresas especialistas em consultoria e, através da matriz SWOT (Pontos Fortes, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças), traçou metas. Todas estão sendo conquistadas.

"Foram estabelecidas as metas da gestão. Profissionalizamos cada área do clube, todas têm uma gestão profissional. O clube é encarado como uma empresa e tudo planejado dentro da racionalidade", frisou Martorelli.

Sangrar para depois colher frutos. Esse pensamento norteou a administração do Sport. O clube regularizou a situação financeira. Em 2014, a diretoria teve de pagar as dívidas tributárias participando de dois Programas de Recuperação Fiscal (Refis). O esforço no caixa foi de R$ 15 milhões, mas tratado como prioridade.

"O futebol teve que ser um pouco sacrificado, mesmo assim conseguimos bons resultados. Fomos campeões pernambucanos, da Copa do Nordeste e ficamos em uma posição muito boa na Série A, a 11ª".

O reflexo da gestão responsável é que o clube não tem atrasado salários de jogadores e demais funcionários. A administração conseguiu enxugar a folha utilizando jogadores formados na base, cortando gastos em outros setores. O resultado é que abriu uma folga no orçamento para contratações. O exemplo citado por Martorelli é Diego Souza. Segundo o dirigente, a chegada dele foi um atrativo para outros atletas e também para novos sócios.

Filho de Nelsinho Baptista, treinador que levou o Sport ao título da Copa do Brasil em 2008, Eduardo Baptista chegou ao Recife em 2011, como preparador físico. Virou treinador em 2014 e desde então nunca mais saiu do cargo.

A pressão existiu e não foi pequena. Martorelli revela que houve uma campanha grande por parte da torcida para a demissão de Eduardo durante a Série A 2014, quando o Sport ficou oito jogos sem vencer. No início desta temporada, sem títulos no Pernambucano e na Copa do Nordeste, ele voltou a ser questionado por imprensa e torcida. A diretoria manteve o treinador acreditando no planejamento.

"Mantivemos o técnico com muita racionalidade porque acreditamos no longo prazo. É um projeto, onde avaliamos a boa fase, mas também a má fase. Em reunião, colocamos o que era preciso ser feito, contratações, elenco, condicionamento físico. Temos que dar os meios para a comissão técnica e entender que o resultado não acontecer como um passe de mágica. Se você acredita no trabalho, os resultados vão aparecer", salientou.

O projeto do clube tem participação fundamental do técnico Eduardo Baptista. A ideia é trabalhar as categorias de base integradas com o futebol profissional. O objetivo é formar jogadores que possam chegar e jogar no modelo de jogo proposto no time de cima.

A estratégia tem dado certo. Na temporada, o elenco principal contava com sete jogadores oriundos da base. Além de retorno em campo e alívio no orçamento, os garotos começam a dar lucro. Joia do Sport, o atacante Joelinton foi negociado com o Hoffenheim, da Alemanha, por mais de R$ 7 milhões.