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Abismo? Estaduais têm pouca zebra e muito jogo de dar sono

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Para quem gosta de emoção e surpresas no futebol , os Campeonatos Estaduais têm oferecido muito pouco nestes primeiros meses de 2015. O domínio das equipes da Série A sobre os times de divisões inferiores, em sua grande maioria, tem sido avassalador e deixado pouco espaço para "zebras": em 215 partidas de equipes da elite nacional contra clubes de fora dela, apenas 31 vezes os representantes da primeira divisão foram derrotados - míseros 14,4%.

Dos 20 clubes da Série A, seis não foram derrotados por times de divisões inferiores em seus respectivos Estaduais: Chapecoense , Corinthians , Cruzeiro, Santos, São Paulo e Vasco . Além disso, 12 dos times da elite perderam no máximo um jogo, mesmo poupando jogadores e revezando seus elencos.

O caso mais extremo é o do Corinthians, ainda invicto na temporada e que recentemente passou com 100% de aproveitamento por uma maratona de quatro jogos em oito dias pelo Campeonato Paulista : mesmo usando dois times diferentes, bateu Capivariano, Portuguesa, Penapolense e Bragantino em sequência. Os grandes paulistas, aliás, estavam invictos contra times de divisões menores até o último domingo, quando o Palmeiras perdeu por 2 a 0 do Red Bull.

Há alguns pontos fora da curva. O Avaí e o Atlético-PR fazem campanhas péssimas e brigam para não cair em seus Estaduais - cada um perdeu cinco jogos para times de fora da elite. Além disso, o Sport , que disputa ao mesmo tempo Campeonato Pernambucano e Copa do Nordeste, foi derrotado em quatro oportunidades por adversários de divisões inferiores. Ainda assim, o time de Recife está classificado para as semifinais de ambas as competições.

Com a aproximação da fase de mata-mata nos Estaduais pelo Brasil, a chance de grandes sendo eliminados por pequenos aumenta naturalmente. Mas as fases iniciais dos torneios, que são um tiro mais longo, deixam pouquíssima margem para a "zebra". O resultado são campeonatos arrastados e jogos que facilmente caem no esquecimento. O abismo entre a Série A e o restante dos times faz com que, muitas vezes, só os clássicos e jogos finais chamem a atenção.