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COI dá aula de diplomacia em protesto no Rio

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Se durante a Copa do Mundo a frase preferida dos manifestantes foi o famoso "Fifa, go home" (Fifa, volte para casa), os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (2016) prometem agora apresentar um novo slogan de protesto: "COI, go home". Diferentemente da entidade máxima do futebol, no entanto, o Comitê Olímpico Internacional deu uma aula de diplomacia neste sábado, ao lidar com o protesto inaugural contra a primeira Olimpíada a ser realizada na América do Sul.

Após dar uma coletiva de imprensa para toda a mídia internacional, o presidente da entidade, o alemão Thomas Bach, ao deixar um hotel em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, deu de cara com cerca de 30 manifestantes com faixas e vaias contra a sua pessoa. Orientado a entrar na van posicionada para retirar do local toda a comitiva, Bach disse que queria dar um "hello" para quem protestava.

O alemão então se dirigiu aos manifestantes e impediu até que policiais militares posicionados fizessem o tradicional cordão humano para impedir qualquer eventual contato com a autoridade do COI. "Vocês querem conversar, eu estou aqui", disse o dirigente. O máximo que os ativistas fizeram foi entregar um panfleto com as reivindicações do grupo, que alega degradação ambiental na área do campo de golfe, na Marina da Glória e a não despoluição da baía de Guanabara.

"Vocês querem conversar ou não", repetiu o dirigente. Diante das vaias e dos gritos de "COI, go home", sem que ninguém se manifestasse numa tentativa de diálogo, Thomas Bach então se dirigiu até a van para deixar o local. Em nenhum momento o presidente do Comitê Organizador Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, foi até os manifestantes ou tentou fazer algum tipo de intermédio para o diálogo.

Na coletiva de imprensa, o próprio Bach já havia se desculpado com os jornalistas por não ter ido conversar com quem protestava no local "já que eu estava ocupado e não podia deixar a reunião", a última do Comitê Executiva do COI. "Estamos abertos para o diálogo com todo mundo", completou na ocasião. Em seu lugar, desceu para o hall do hotel o diretor de comunicação da entidade, Mark Adams. Ele chegou diante dos manifestantes perguntando se alguém falava inglês.

Diante da negativa, prontamente conseguiu um tradutor e ouviu as reclamações - que prometeu serem totalmente repassadas para os dirigentes do COI. Bem diferente do que ocorreu durante a Copa do Mundo, uma vez que nenhum dirigente da Fifa se disponibilizou para falar com os ativistas. Mais inimaginável ainda seria o presidente da Fifa, Joseph Blatter, ficar frente a frente com qualquer ativista.