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COI bate o pé com 80% da Baía de Guanabara despoluída para 2016

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O governador Luiz Fernando Pezão já afirmou que será “muito difícil” cumprir uma das principais metas de legado dos Jogos Olímpicos Rio 2016 – despoluir em 80% a baía de Guanabara até agosto do ano que vem. Mas para a presidente da Comissão de Coordenação do Comitê Olímpico Internacional (COI), a marroquina Nawal El Moutawakel, “80% nos foi prometido, e é o que esperamos que seja atingido”.

A declaração foi dada na coletiva de imprensa que encerrou mais uma visita do Cocon, a oitava desde que o Rio de Janeiro assumiu o papel de sede dos Jogos de 2016, em Copacabana, na zona sul da capital fluminense. Por mais que garanta que “o progresso foi sólido”, e que se trata de um evento “apoiado por todo o Brasil”, Nawal não seguiu a linha de Pezão, que no dia de abertura dos encontros, na última segunda-feira, dizia que o COI seria compreensivo uma vez que a despoluição da Guanabara já atingiu de 17% para 49%.

“Eu confirmo que as apresentações de legado incluíam as lagoas (de Jacarepaguá, e Rodrigo de Freitas), e a baía (de Guanabara) e levamos em confiança todos os reportes que nos foram entregues até agora, que os atletas competirão de forma segura”, complementou a dirigente do COI – vale lembrar que o secretário estadual de meio ambiente do Rio, André Corrêa, já disse em diversas entrevistas que os 80% não serão atingidos.

De acordo com a assessoria de imprensa do Rio 2016, o discurso de Pezão para a imprensa, na entrevista da última segunda-feira, foi o mesmo apresentado para os dirigentes do COI. A questão é saber na próxima visita do Cocon, programada para agosto, se um posicionamento mais sólido sobre a despoluição já estará melhor desenhado e como será a reação da entidade em relação a isso.

“Eu vejo todos os níveis de governo empenhados nisso. Nós queremos que todos os atletas possam competir de maneira saudável aqui no Rio de Janeiro”, repetiu Nawal, diante da insistência da mídia, principalmente estrangeira, sobre o tema. Christopher Dubi, diretor executivo do COI, reafirmou que “os 80% continuam sendo o objetivo”. “Isso que nos foi passado, não podemos falar até o final do prazo, ainda há trabalho para ser feito”, completou.

Elogios e mais avisos

Nas visitas ao Parque Olímpico na Barra da Tijuca, que concentrará grande parte das modalidades (16 olímpicas, e 10 paralímpicas), que desta vez contaram com a presença do presidente do COI, o alemão Thomas Bach, e também a Deodoro, outro grande palco (11 modalidades olímpicas, e quatro paraolímpicas), o resultado, de uma forma geral, é positivo em relação ao andamento das obras.

Causa preocupação para a realização dos eventos-testes, porém, três palcos em especial: campo de golfe, velódromo (ciclismo) e a pista de hipismo. Serão 21 eventos somente este ano, e 44 no total (que já vem sendo realizados desde o ano passado) e qualquer alteração de cronograma influenciará a preparação dos atletas.

“A pressão precisa ser mantida, e o tempo está muito apertado. Os atletas precisam competir depois dos Jogos num grande ambiente”, explicou Nawal El Moutawakel. Outros dois pontos que o COI “puxou a orelha” do Rio de Janeiro foi em relação a transportes e acomodação.

Sobre o primeiro tema, o presidente do Comitê Organizador Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, lembrou que o metrô da Linha 4 para a Barra da Tijuca, promessa do governo do Estado e que não se sabe se estará pronto a tempo para as competições, “temos que agradecer, pois não era algo que estava no caderno de encargos”. As obras dos corredores de ônibus (BRTs) também foram lembradas como legado.

Sobre as acomodações para turistas, atletas e todos envolvidos nos Jogos, Nawal lembrou que “essa é uma tarefa árdua, já que todo mundo envolvido (na Rio 2016) precisará de um quarto”, Nuzman reiterou que o Rio já avançou de 16 mil para 38 mil quartos, “sendo que o número estabelecido é de 40 mil. Há um ano e meio dos Jogos não tenho a menor dúvida de que todos vão ter o número estabelecido pelo COI”. Ele confirmou ainda que, por enquanto, está previsto o uso de um transatlântico como complemento neste quesito.