ASSINE
search button

Sete meses após Copa, Guarujá ainda não pagou CT da Bósnia

Compartilhar

Os problemas que cercam a sede da Bósnia e Hezergovina na última Copa do Mundo, o Estádio Municipal Antonio Fernandes, localizado no bairro Jardim Helena Maria, no Guarujá, estão longe de serem apenas estruturais. A obra está inacabada e já teve relatos de "abandono", com reclamações de moradores sobre presença de usuários de drogas, prostituição e até o desmanche de motos usadas. Agora, empresas que prestaram serviço para a obra alegam falta de pagamento, sete meses após a Copa do Mundo.

O Terra recebeu reclamações por parte de fornecedores, que alegam: a conta deveria ter sido quitada até 30 dias após as notas fiscais emitidas entre a segunda quinzena de maio e o início de junho. A prefeitura teve destinada pelo ministério do Esporte verba cerca de R$ 4,5 milhões somente para esses gastos. 

As notas fiscais emitidas apontam compra de "equipamentos para compor arquibancadas", "aquisição de máquinas para manutenção do gramado" e "equipamentos de fisioterapia", além de "material esportivo". Os valores vão de R$ 1.630, a nota mais baixa, até R$ 595 mil, a maior delas. O total a pagar nas notas fiscais emitidas, chega a pouco mais de R$ 1,8 milhão, menos de 50% do valor recebido pelo ministério do Esporte.

Um dos fornecedores reclama que pediu posicionamento, mas que entre outras justificativas alegou se tratar de "período eleitoral". O mesmo ainda disse que alguns entraram com cartas protocoladas para esclarecimentos formais, mas que jamais receberam retorno.

Consultada pela reportagem, a prefeitura, por meio da secretaria de Planejamento do Guarujá, informou que "o dinheiro para o pagamento dos fornecedores, vindo do Ministério do Esporte, já está na conta do município", mas que "aguarda liberação da Caixa para completar a ação". O órgão ainda diz que "já fez contatos com os responsáveis pela liberação, mas até agora não obteve retorno".

O Terra questionou desde quando a verba está na conta do município e qual a alegação para o atraso, mas não teve as perguntas respondidas.

Os fornecedores descartam ações judiciais devido aos altos prazos envolvendo um governo, em que a dívida pode ser postergada por longos anos, mesmo sem nenhuma previsão para receberem.

Para a obra, a cidade trabalhou com uma série de verbas: uma do DADE (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento de Estâncias), de R$ 8 milhões para as obras do estádio e mais R$ 4,5 milhões para o entorno. Também receberam mais R$ 4,5 milhões do Ministério do Esporte questionada pelos fornecedores.

Até então, a prefeitura mantém o mesmo discurso adotado para a chegada da Bósnia com obras inacabadas de que o estádio apresenta mais de "90% de conclusão" e que equipes seguem em "permanente trabalho". Na última visita ao local, após as reclamações de moradores, nenhum trabalhador foi visto ou localizado.

Representantes das empresas prometem uma aparição a sede da prefeitura nesta quarta-feira, mesmo sem um horário marcado, onde exigirão por maiores esclarecimentos.