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Descarga elétrica matou égua e colocou torcida em risco na Arena Pantanal

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Uma descarga elétrica energizou parte do solo no entorno da Arena Pantanal em Cuiabá (MT), ontem, no final da tarde, logo após o jogo entre São Paulo e Santos, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. A perícia técnica investiga desde ontem a ocorrência que colocou em risco real os mais de 34 mil torcedores que foram à Arena e os atletas que fizeram a última disputa do ano no estádio construído para a Copa do Mundo.

Uma égua da cavalaria da Polícia Militar morreu eletrocutada no gramado externo ao lado da Arena. O animal atingido servia ao pelotão de segurança montada no entorno do estádio. O PM, que montava a égua Andrômeda, sentiu um choque e conseguiu pular, escapando de um possível óbito. Além dele, tomaram choque mais cinco PMs que também estavam fazendo a segurança montada naquela região da Arena. Nesse momento, os animais começaram a pular, dando sinais de que havia algo estranho no chão, como se estivessem queimando as patas.

O animal sofreu bastante antes de morrer. O episódio foi filmado por vários populares, e já é um viral em redes sociais.

Duas horas depois de morrer, a égua Andromeda foi encaminhada para a necrópsia, na Universidade de Cuiabá (Unic), para confirmação da causa da morte e da intensidade do choque. O resultado sai em uma semana.

Assim que o boletim de ocorrência foi registrado pela PM, às 18h30, a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) determinou que o sistema elétrico da Arena fosse desligado imediatamente.

A perícia já detectou o fio elétrico que causou um ponto de fuga de corrente. “Só trabalhamos com o vestígio material e identificamos,no condutor fase, um problema em um cabo de alimentação de energia de uma câmera de segurança, ligado a uma fibra ótica que envia imagens para uma central”, explica o perito oficial criminal Joel de Campos, da Polícia Técnica (Politec).

Segundo ele já é certeza que foi isso que causou o ponto de fuga de corrente elétrica e que este é um problema relativamente comum e passível de ocorrer. O que ainda não está claro, segundo ele, é o que ocasionou o fenômeno da energização de boa parte do solo por um longo tempo. “Isso é que para nós ainda é uma hipótese, não sabemos ainda o que tenha ocasionado tensão tão perigosa no solo, ao ponto do solo ficar passível de tensão de passos”.

Nenhuma pessoa se feriu. O perito explica ainda que o ser humano suporta até 0,03 amperes de corrente elétrica. Mas isso varia muito.  “O limite de cada um não está ligado à tensão somente, mas à corrente que corre pelo corpo e a capacidade de recebê-la”.

“Hoje ainda a perícia vai fazer testes para tentar descobrir o que aconteceu exatamente e o nosso trabalho deve se estender até amanhã”, explicou Campos. Não se sabe por exemplo se o fenômeno identificado tem relação com a umidade do chão, devido ao período chuvoso ou o que teria garantido a condução no chão.

Acompanharam os trabalhos da perícia representantes da Secopa, da ETEL Engenharia, responsável pelas instalações elétricas na Arena, e da empreiteira Mendes Jr., construtora da obra, que foi entregue parcialmente para a realização da Copa do Mundo, mas não está totalmente finalizada.