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Ronaldo minimiza palavras de Valcke e faz coro a reclamações da Fifa

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A polêmica envolvendo o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, e o Governo brasileiro fez com que muitas pessoas, até mesmo autoridades do País, atacassem o dirigente da entidade máxima do futebol. Na contramão das críticas, o ex-atacante Ronaldo fez coro às reclamações da Fifa em relação ao atraso nos preparativos para a Copa do Mundo de 2014. Em entrevista à TV Bandeirantes, o atual membro do comitê organizador do Mundial afirmou que Valcke está certo em cobrar mais velocidade do Brasil.

"As palavras do Jérôme, podem ter sido interpretadas e traduzidas de forma errada, ao pé da letra. Eu mesmo não sei o que significa. Ele mesmo já se desculpou com o povo brasileiro, com o ministro Aldo Rebelo, mas não tiro a razão da reclamação dele. O Brasil se comprometeu a entregar essa Lei Geral da Copa há muito tempo. Se comprometeu a fazer muitas obras de infraestrutura. Nós temos o compromisso e a garantia do Governo de que serão feitas grandes obras. Não tem a menor possibilidade de a Copa sair do Brasil. Todas as discussões são para fazer da Copa um grande evento", disse.

Entenda a polêmica

Em entrevista concedida na sexta-feira (02/03), o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse que os organizadores do Mundial de 2014 precisavam de um "pontapé na bunda" para as obras da Copa do Mundo andarem no País, e afirmou que os preparativos brasileiros estão em "estado crítico".

As palavras não foram bem recebidas pelo governo brasileiro, e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou no sábado (03/03) que não quer mais Valcke como interlocutor da Fifa para os assuntos relacionados à Copa de 2014. "As declarações são inaceitáveis, inadequadas para o governo brasileiro", disse Rebelo.

Não é de hoje que Valcke enfrenta rusgas com as autoridades brasileiras. Em comunicado publicado no site da Fifa, o secretário pediu rapidez com a aprovação da Lei Geral da Copa: "o texto deveria ter sido aprovado em 2007 e já estamos em 2012", declarou.

No meio do fogo cruzado, o presidente do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Teixeira, manteve discurso neutro e apenas ressaltou que tudo sairá como o planejado. "Em todo processo democrático as discussões devem ser amplas e sempre levar em conta os interesses do povo", disse Teixeira na nota.

Na segunda-feira (05/03), Aldo Rebelo enviou à Suíça uma carta solicitando um novo interlocutor entre o governo brasileiro e a entidade máxima do futebol mundial. De acordo com o ministro do Esporte, "a forma e o conteúdo das declarações escapam aos padrões aceitáveis de convivência harmônica entre um país soberano como o Brasil e uma organização internacional centenária como a Fifa".

No mesmo dia, Marco Maia, presidente da Câmara dos Deputados, também atacou as palavras de Valcke, chamando o secretário-geral da Fifa de "deselegante". "Foi uma declaração que merece na verdade é que a gente dê um chute daqui para lá de volta e que se repudie qualquer declaração desse nível", opinou Maia.

Posteriormente, Valcke publicou carta em que se desculpava pelo incidente que classificou como um mal entendido. Segundo o dirigente da Fifa, o que houve não passou de um erro de tradução, e o Brasil segue seguro como "única opção para sediar a Copa do Mundo".