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PT promove 'debate' paralelo nas redes sociais

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Na mesma hora da transmissão na Band, o Partido dos Trabalhadores organizou um debate paralelo com Fernando Haddad, companheiro de chapa do ex-presidente (2003-2010), transmitido pelas redes sociais.

>> Assista ao debate ao vivo

>> "O nome disso é censura", diz Lula em carta à Bandeirantes

Com assistência de pouco mais de 7.000 pessoas, estão ao lado de Haddad, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e Manuela D'Ávila (PCdoB), que será vice de Haddad se ele substituir Lula - cuja candidatura muito provavelmente será impugnada segundo a Lei da Ficha Limpa.

As discussões paralelas, transmitidas ao vivo em contas de Lula nas redes sociais, "não [estarão] necessariamente vinculados aos mesmos temas" da Band, informou à AFP uma assessora de comunicação do PT.

Haddad e seus interlocutores vão abordar "temas de interesse público, como segurança, saúde e emprego", informou.

Lula foi condenado como beneficiário de um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo, que teria recebido da empreiteira OAS em troca de facilidades em contratos com a Petrobras. Mas o líder histórico da esquerda brasileira, que tem um terço das intenções de voto, se declara inocente e denuncia uma conspiração político-judicial para impedi-lo de retornar ao poder.

Uma dezena de juristas europeus, entre eles o juiz anticorrupção espanhol Baltasar Garzón, que se tornou célebre por prender o falecido ex-ditador chileno Augusto Pinochet, expressou preocupação pelas irregularidades da condenação de Lula, em carta dirigida nesta quinta-feira à presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia.

O PT vai inscrever formalmente a candidatura de Lula em 15 de agosto, último dia do prazo legal, e planeja reunir milhares de simpatizantes em Brasília neste dia para dar seu apoio ao líder histórico do partido.

Nas eleições de outubro também serão eleitos os 27 governadores, 513 deputados e dois terços do Senado, que tem um total de 81 assentos.

Os debates, juntamente com o tempo de propaganda gratuita de rádio e televisão a partir de 31 de agosto, e os recursos eleitorais que são distribuídos de acordo com o tamanho dos partidos e coalizões, são chave para o desempenho dos candidatos.

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O primeiro debate televisivo das eleições presidenciais de outubro começou às 22h desta quinta-feira (9) à sombra de um grande ausente: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), favorito nas pesquisas de intenção de voto e preso desde abril na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

O evento é realizado na TV Bandeirantes, em São Paulo, com a participação de oito dos treze aspirantes ao Palácio do Planalto que vão disputar a preferência do eleitorado em 7 e outubro com eventual segundo turno no dia 28 daquele mês.

Participam do debate o capitão do Exército na reserva Jair Bolsonaro (PSL) - segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto em que Lula aparece como favorito e primeiro em sua ausência - Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Álvaro Dias (Podemos) e Cabo Daciolo (Patriota).

Lula insistiu em participar deste primeiro encontro por videoconferência de sua cela em Curitiba, onde cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas a Justiça lhe negou nesta quinta este pedido.

O jornalista Ricardo Boechat, moderador do programa, fez referência a esta situação no começo do debate, mas não houve nenhuma outra alusão no tablado relativa à sua ausência.

Esta decisão "viola o direito do povo brasileiro e também dos outros candidatos de discutir as propostas da minha candidatura e até de me criticarem olhando na minha frente, e eu tendo o direito de responder. O nome disso é censura", disse Lula em carta enviada à emissora e publicada nas redes sociais.

(Com AFP)