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TSE: após atentado em Goiás, Gilmar Mendes reforça pedido de investigação

"Realmente, se trata de um episódio chocante e deplorável para todos os títulos"

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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, afirmou nesta quinta-feira (29) que está em contato com o Ministério da Justiça e que pediu a Polícia Federal atue nas investigações dos episódios de violência e até mortes durante as campanhas eleitorais.

"Nós estamos em contato estreito com o Ministério da Justiça e também já pedimos que a Polícia Federal atue na investigação desses episódios que repercutem e podem afetar o pleito eleitoral. Estamos acompanhando com todo o cuidado o desdobramento desses episódios, que eles sejam desde logo esclarecidos, investigados", disse Mendes.

Na quarta-feira (28), o ministro já havia telefonado para o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, para reforçar o pedido de investigação de crimes envolvendo candidatos. A medida foi tomada após o atentado que matou o candidato à prefeitura de Itumbiara (GO) José Gomes da Rocha (PTB). No episódio, o vice-governador do estado, José Eliton (PSDB), também foi baleado, mas sobreviveu.

"Nessa região, não tínhamos esse tipo de manifestação. As investigações ainda estão sendo feitas, ainda não se tem claro qual foi motivação, mas parece estar associado a contexto ou atuação política. Mas, realmente, se trata de um episódio chocante e deplorável para todos os títulos", disse nesta quinta-feira (29) o ministro, referindo-se ao atentado em Itumbiara. "Não temos dados seguros. Estamos nos preocupando, sim, com esse quadro de violência", acrescentou.

>> Homem que matou prefeito de Itumbiara entrou na Justiça por horas extras

O presidente do TSE disse também estar preocupado com a participação de representantes de organizações criminosas nas eleições. "Aparentemente, sim, embora as autoridades do Rio disseram que havia disputa de algumas atividades ligadas ao crime comum, ordinário, mas isso envolve sempre milícias, narcotráfico. Alguns candidatos estão associados, o que traz uma outra preocupação, que é o crime organizado participando do crime eleitoral, que é algo delicado", afirmou.

Mendes destacou ainda que o TSE autorizou o envio de tropas federais para dar apoio às forças de segurança de estados e municípios no domingo, dia da eleição. A Força Nacional estará em pelo menos 265 cidades de 14 estados do país.

"Certamente, polícias e órgãos de inteligência têm que dar atenção a esses desdobramentos. Não é possível, simplesmente, impedir que essas pessoas se candidatem, se elas não forem atingidas por lei de inelegibilidade. A última coisa que podemos desejar é a presença do crime organizado no sistema político", frisou. 

Gilmar Mendes chegou a divulgar nota na quarta-feira para repudiar o atentado contra o candidato José Gomes da Rocha (PTB). Mendes reafirmou compromisso de cobrar investigação sobre mortes envolvendo candidatos às eleições municipais e disse que pediu apoio da Polícia Federal no acompanhamento das apurações sobre outros casos de atentados contra candidatos.

Segundo relatos de pessoas próximas ao vice-governador, que é o governador em exercício, durante a carreata, um carro, na contramão, foi de encontro ao veículo em que estavam José Eliton e José Gomes da Rocha. O motorista do carro descarregou uma pistola na direção dos dois, atingindo também um policial militar que atuava na segurança do vice- governador. José Eliton levou dois tiros na região abdominal. O autor dos disparos foi morto pela equipe de segurança do vice-governador.

Ataque na Bahia

O prefeito e candidato à reeleição em Presidente Tancredo Neves (BA), Valdemir de Jesus Mota, teve seu carro atingido por tiros na noite de quarta-feira (28). Valdemir, conhecido como Balbino Mota, não chegou a ser atingido, mas foi encaminhado a um hospital após seu carro ter colidido. Ainda não há informações sobre os autores do ataque.

Presidente da Portela

O presidente da Portela, Marcos Vieira de Souza, o Falcon, foi assassinado a tiros na segunda-feira (26), em seu comitê de campanha, em Madureira. Falcon, de 52 anos, era subtenente da PM, e concorria ao cargo de vereador Partido Progressista (PP).