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Marcelo Crivella: "Já tenho apoios do PMDB. Na política é preciso diálogo"

Jornal do Brasil entrevista o candidato do PRB à Prefeitura do Rio

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Às vésperas da eleição do novo prefeito do Rio de Janeiro, mais de 20% do eleitorado carioca, de acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto, ainda não se decidiu sobre os dois candidatos do segundo turno.

Por isso, o Jornal do Brasil publica nesta sexta-feira (28) entrevistas com os dois pleiteantes ao cargo - Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (Psol). Nesta entrevista, o candidato do PRB apresenta alguns pontos de sua proposta de governo para a capital fluminense. 

Confira a entrevista com Marcelo Crivella, do PRB:

Jornal do Brasil - Que tipo de choque a cidade precisa já nas primeiras semanas de governo?

Marcelo Crivella - A cidade precisa de uma prefeitura que olhe para as pessoas e não para as empreiteiras ou empresas de ônibus. O Rio de Janeiro passou por um período de grandes obras, grandes projetos e esqueceu das pessoas. Nas primeiras semanas do meu governo, caso eleito, vou tomar conhecimento da real situação financeira da prefeitura. O prefeito vende uma ideia de prosperidade, mas sabemos que não é bem assim. Mas o verdadeiro choque será zerar a fila de cirurgias de baixa complexidade. 

Jornal do Brasil - O problema da segurança pública é permanentemente visível para a população. A questão é do âmbito estadual, mas como a prefeitura pode ajudar? Qual vai ser o papel da Guarda Municipal nas ruas?

Marcelo Crivella - A prefeitura tem que assumir sua parte na segurança pública. Dialogar com o governo do estado e ver onde a Guarda Municipal pode ajudar. Falta integração, diálogo, ações conjuntas. A Guarda hoje só multa, só bate em camelô. Esse papel tem que ser revisto. A Guarda tem que ser melhor treinada, tem que fazer intercâmbios com outros órgãos de segurança, usar tecnologia. Os guardas podem cuidar do patrimônio público, estar mais presentes nas ruas, coibir pequenos furtos.  Vou rever o papel da GM e coloca-la para trabalhar para o cidadão. 

Jornal do Brasil - A Prefeitura vai dar prosseguimento aos trechos não finalizados do VLT? As linhas de ônibus voltarão ao trajeto anterior às mudanças que estabeleceram os “Troncais”? Vai ser estabelecido algum tipo de imposto para o Uber?

Marcelo Crivella - As obras serão finalizadas. Deixar obras incompletas é desperdiçar dinheiro público. Minha gestão será muito responsável com os recursos públicos. Vou gastar com responsabilidade, investir cobrando retorno. O retorno não pode ser apenas financeiro: tem que ser revertido em benefício da população. Uma questão a ser analisada como prioridade é o fim de várias linhas de ônibus. A população não foi ouvida. Prevaleceu a vontade dos empresários, dos donos das empresas de ônibus, enquanto a população ficou a pé, ficou com a passagem mais cara, ficou com mais ônibus para pegar. Quanto ao Uber, é preciso diálogo. Não posso antecipar nenhuma decisão sem antes estudar o contexto das duas categorias. Eu fui taxista, sei como a categoria trabalha, sei quantas corridas são feitas para pagar apenas uma diária. Vamos buscar o entendimento, a conciliação.  

Jornal do Brasil - A Prefeitura municipalizou alguns hospitais estaduais, apesar de não estar dando conta do que já tinha para administrar. Essa questão pode ser revista (devolvendo a gestão ao Governo do Estado)? Que medidas urgentes o sr. pretende tomar no âmbito da saúde pública?

Marcelo Crivella - Não será revista porque a população não pode ficar sem atendimento médico. A municipalização foi aprovada pela Câmara e reverte-la nesse momento quando o Estado está falido é deixar o povo carioca sem hospital, sem médico, sem emergência, sem cirurgia. A prefeitura tirou R$ 1 bilhão da Saúde. O resultado são hospitais lotados, UPAs sem médicos, falta de remédios, meses para a realização de uma cirurgia. A saúde precisa de recursos. Vou recuperar esse dinheiro - R$ 250 milhões por ano - e acabar com a fila para cirurgias de baixa e média complexidade. 

Jornal do Brasil - O senhor não fez aliança com o PMDB, maior partido na Câmara Municipal, legenda que governo o Estado do Rio e o país. Como fará para governar com a oposição sendo maioria?

Marcelo Crivella - Já tenho apoios do PMDB na Câmara e sendo senador há tantos anos, aprendi que na política é preciso diálogo, muita conversa, muita negociação. A governabilidade tem que estar acima de brigas partidárias. Nosso projeto é cuidar das pessoas, tirar a saúde do péssimo estado em que se encontra, melhorar os índices do IDEB, resolver o trânsito da cidade, que é caótico.