O candidato do PRB à Prefeitura do Rio, Marcelo Crivella, se antecipou e conseguiu impedir, por meio de uma liminar do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que Marcelo Freixo (Psol), seu adversário, use em seu programa eleitoral as denúncias de que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque negocia com o Ministério Público Federal uma delação que compromete o senador.
No último domingo (23), a coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, informou que Crivella teria procurado, durante sua campanha ao Senado em 2010, a então diretora de Óleo e Gás Graça Foster para pedir ajuda financeira. Graça teria encaminhado Crivella a Duque e, com mediação do ex-tesoureiro do PT João Vaccari, o senador teria conseguido a impressão de 100 mil banners para a campanha. Os custos destinados a campanha de Crivella chegariam a R$ 12 milhões.
Duque teria afirmado, em sua delação ao MPF, que o valor não foi declarado na prestação de contas da campanha de Crivella ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que a cifra foi contabilizada apenas nas propinas da Petrobras.
O juiz eleitoral Marcello Rubioli afirmou, ao conceder a liminar na campanha atual, que "Não se pode aceitar que uma mera especulação seja usada como ataque”. Se houver descumprimento da decisão, Freixo pode pagar multa de R$ 100 mil.
No domingo, Crivella disse, durante agenda de campanha, que não existe "uma fita gravada, um documento, uma investigação" que envolva seu nome na Lava Jato. "Diz a respeito de banners, milhões e milhões de banners. Todo mundo sabe que as minhas campanhas sempre foram modestas, andando na rua, sem alianças. É o desespero na qual eles dizem que receberam tudo isso", acrescentou o candidato.