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Dilma: SP não pode nos responsabilizar pela crise da água

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A presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) rebateu nesta segunda-feira as críticas de seu adversário Aécio Neves (PSDB) de que o governo federal também é culpado pela crise de abastecimento de água pela qual passa o Estado de São Paulo. Em ato de campanha em Caeté (MG), Aécio disse que “talvez tenha faltado uma parceria maior do governo federal”.

Em entrevista à imprensa em São Paulo, Dilma disse que alertou o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre a necessidade de se tomar providências diante da seca e negou que o governo tenha sido omisso.

“Qualquer tentativa de transmitir a responsabilidade para o governo federal nós olharemos com estranheza. Não acredito que as estruturas do governo do Estado podem atribuir a nós qualquer responsabilidade ou qualquer omissão na ajuda. Nós ajudamos em todas as circunstâncias.”

A presidente afirmou que o alerta a Alckmin foi feito em fevereiro deste ano. “Eu disse a ele: governador, pela minha experiência, acho que o senhor deveria fazer obras emergenciais. Porque tudo indica que essa seca se prolongará, e vocês não têm capacidade de abastecimento suficiente”, afirmou Dilma. Segundo ela, Alckmin então respondeu que não queria fazer obras emergenciais, mas que tinha interesse na transposição do rio Paraíba do Sul, o que gerou disputa com o Rio de Janeiro.

"No caso da disputa entre São Paulo e Rio, nós construímos uma condição de diálogo para chegar a um acordo. Tudo indica que se chegará, agora depois das eleições, a um acordo entre os dois Estados sobre o uso da água do rio Paraíba do Sul", continuou Dilma.

A presidente afirmou ainda que o governo federal foi procurado recentemente por empresas que farão a obra do sistema produtor São Lourenço. Segundo Dilma, essas empresas pediram um financiamento de R$ 1,83 bilhão com juros subsidiados. "(O valor) será liberado, se não me engano, ainda esta semana, talvez amanhã”, afirmou. O sistema São Lourenço, que vai levar água para partes da região metropolitana de São Paulo, será construído por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre o governo do Estado e construtoras.

"Então, o que a nós foi pedido, nós fizemos", continuou a presidente. Embora a crise da água esteja sendo explorada na propaganda eleitoral do PT – que atribui os problemas aos 20 anos de governo do PSDB em São Paulo -, Dilma negou que esteja usando a questão de forma eleitoreira. 

Questionada sobre promessas não cumpridas de desonerar empresas do setor de saneamento básico, Dilma afirmou que isso “não mudaria uma vírgula” na crise da água. A presidente ainda lembrou que a questão hídrica é atribuição dos governos dos Estados e, em alguns casos, dos municípios. “Aqui em São Paulo, é do governo estadual via Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo)."

Por fim, a presidente disse que a imprensa também tem culpa pela crise da água, no que diz respeito à falta de "informação". Segundo ela, a mídia esperou o primeiro turno para admitir a ocorrência de racionamento no Estado. Quanto à postura do governador Alckmin, Dilma afirmou que ele contava com a chuva. "Eu acho que o governador estava esperando que chovesse", encerrou.