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Em sabatina, Aécio Neves aposta no mantra do “crescimento econômico”

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O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse nesta terça-feira que fará a economia do País voltar a crescer, mas se esquivou de apresentar quais medidas econômicas seu eventual governo irá utilizar para isso. Assim como na entrevista com a presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, realizada na segunda-feira, a economia ocupou a maior parte da entrevista de Aécio ao jornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo.

O tucano disse que tem uma equipe econômica qualificada - encabeçada pelo economista Armínio Fraga, já anunciado como futuro ministro da Fazenda em uma eventual vitória de Aécio nas urnas - para recuperar os investimentos e fazer a País voltar a crescer.

Apesar de enfatizar que vai fazer o Produto Interno Bruto (PIB) voltar à trajetória de crescimento – após a economia entrar em recessão técnica com dois resultados negativos nos primeiro e segundo trimestres deste ano -, o tucano não deixou claro quais serão as medidas adotados por seu eventual governo. Os jornalistas Chico Pinheiro, Ana Paula Araújo e Miriam Leitão questionaram diversas vezes quais seriam as medidas econômicas, mas Aécio se limitou a dizer que sua equipe ainda está estudando. Em seguida, Miriam Leitão disse que o candidato age como se estivesse pedindo que o eleitor tenha “fé em suas propostas”, em vez de apresentar os projetos concretos.

“Vamos apresentar uma proposta que vai nos tirar desse cenário perverso, de baixo crescimento, inflação alta e indicadores sociais piorando a cada ano”, disse Aécio. “Não farei um governo de improvisos, de choques, de planos mirabolantes. Será um governo que recuperará a confiança dos mercados fazendo investimentos.”

Os jornalistas também questionaram o fato de a campanha tucana, assim como a petista, não ter apresentado o programa de governo a menos de duas semanas para as eleições. “Apresentaremos o nosso programa de governo nos próximos dias, não será a lápis para que se passe a borracha”, disse Aécio.

Em diversos momentos da entrevista, Aécio procurou enfatizar que o governo Dilma fracassou na condução da economia do País e que a candidata do PSB, Marina Silva, não está preparada para assumir o cargo de presidente.

O candidato do PSDB também tentou minimizar o resultado das pesquisas de intenção de voto, em que aparece na terceira posição, fora da disputa no segundo turno. Segundo ele, o pleito está dividido em duas eleições: uma anterior à morte de Eduardo Campos, em um acidente aéreo em Santos (SP) no dia 13 de agosto, e outra a partir da oficialização da candidatura de Marina Silva, que já tinha uma margem de votos conquistada na eleição de 2010.

Um tema discutido pelo candidato e os jornalistas foi a suposta proposta do fim do fator previdenciário, um cálculo introduzido no governo Fernando Henrique Cardoso para definir o benefício de aposentadoria do trabalhador brasileiro.

De acordo com Aécio, seu eventual governo não acabará com a medida, mas o candidato já assumiu um compromisso com as Centrais Sindicais para discutir alternativas para o fator.  “Acho que a médio prazo é possível encontrar alternativas, substituindo por algo que impacte menos a renda [do aposentado]", afirmou o tucano.