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Miami Herald: Promessa de nova política de Marina desafia estrutura tradicional

Jornal aponta que candidata aposta que conseguirá aumentar o crescimento econômico do país

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A origem humilde e o senso de independência política da candidata presidencial Marina Silva (PSB) estariam atraindo eleitores, de acordo com o jornal norte-americano Miami Herald. Em matéria publicada nesta quinta-feira (18), o ex-embaixador dos Estados Unidos junto à Organização dos Estados Americanos, Roger F. Noriega, aponta que graças às propostas relacionadas com reformas voltadas para o livre mercado, Marina conseguiu subir nas pesquisas alcançando um empate com a até então líder da disputa presidencial, a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT).

O jornal apontou que Dilma teria questionado, durante o primeiro debate com os candidatos à presidência, como Marina iria arcar com os custos de novas iniciativas sociais mantendo a disciplina fiscal. De acordo com a candidata do PSB, suas reformas pretendem melhorar os serviços públicos, reduzir o desperdício e aumentar o crescimento econômico. Segundo o jornal, Marina Silva está desafiando a estrutura de poder tradicional, com a promessa de uma nova política.

Um fator que estaria auxiliando na aceitação de Marina seria, segundo o Miami Herald, a revelação feita recentemente sobre mais um escândalo envolvendo subornos políticos, dessa vez, envolvendo a estatal de petróleo Petrobras. O jornal aponta para uma matéria publicada pela Veja, onde foi divulgado um testemunho de Robert Costa, ex-executivo da Petrobras condenado por lavagem de dinheiro. No depoimento, Costa relacionaria o ministro Edison Lobão, líderes do Congresso e vários outros aliados políticos do governo com um esquema sobre contratos da companhia de petróleo que envolveria propinas e favores políticos.

De acordo com o Miami Herald, Marina estaria usando esse episódio a seu favor, dizendo que ou Dilma Rousseff sabia sobre os pagamentos, ou não soube gerenciar sua própria equipe. Se Marina conseguisse alcançar a vitória, o Brasil teria um mandato de quatro anos para liberalizar a economia brasileira, expandir o comércio com Estados Unidos e Europa e operar a sua tão falada reforma na política tradicional, de acordo com o jornal.

As principais críticas dos eleitores que rejeitam Marina seriam sua relativa inexperiência e rejeição que a candidata faz em relação a determinados acordos políticos. Marina Silva precisaria negociar seu programa de governo com os legisladores de mais de 22 partidos e, apesar de ser a candidata pelo PSB, Marina não deverá contar com o bloco do partido no Congresso para apoiar suas políticas de livre mercado. Segundo o jornal, um dos únicos recursos disponíveis para Maria pode ser a experiência de seu companheiro de chapa, Luiz Roberto de Albuquerque, um congressista que possui experiência no âmbito do legislativo.

O jornal atenta para pesquisas eleitorais divulgadas recentemente que Marina Silva estaria próxima de Dilma Rousseff nos resultados para um primeiro turno. Em um provável segundo turno, Marina Silva derrotaria facilmente a adversária política, de acordo com o jornal. O Miami Herald classifica as eleições no Brasil como uma escolha entre “mais do mesmo”. Marina Silva teria somente mais algumas semanas, portanto, para convencer 140 milhões de eleitores brasileiros que ela pode realmente retomar o crescimento do país, desbloquear a produtividade brasileira e limpar a corrupção da política.

*Do programa de estágio JB