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El País: brasileiro está menos interessado em propaganda eleitoral

A propaganda eleitoral gratuita enfrenta um país mais crítico, saído de protestos de ruas

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Uma reportagem publicada no jornal espanhol El Madri nesta quinta-feira (4) comenta as propagandas eleitorais brasileiras. Segundo a publicação, a propaganda televisionada perdeu 50% da audiência nesta eleição e as propagandas nas ruas, além de irritantes, acabam sendo um chamariz negativo para os candidatos, por causar poluição visual e atrapalhar o transito de pedestres quando colocadas em locais irregulares. 

Esse tipo de militância dos políticos vem tornando-se  um material precioso para humoristas. E quando um item cai nas mãos de sátira e humor é porque ele perdeu sua sacralidade.

Essas propagandas não tem tanto valor hoje, diz o jornal. Segundo o Datafolha, 60% das pessoas que ainda não sabem em quem votar dizem que não têm interesse em propaganda eleitoral gratuita.

O El País diz que, mesmo os debates televisivos já foram seguidos com a paixão agora são mais esquecidos. Porém, o jornal deixou de lado a análise das redes sociais. Uma parcela da população, e muitos jovens inclusive, tem bastante interesse nos debates, que são acompanhados online e comentados em tempo real no Twitter, por exemplo.

 Segundo a publicação, os brasileiros questionados porque não estão interessados em tais programas respondem: "Porque apresenta uma realidade que não existe, virtual, na cor, quando a dura realidade do Brasil é outra, mais em preto e branco". Outra resposta menos diplomática, coloca o jornal,  "porque eles são um monte de mentiras”.

Se o próximo presidente deseja fazer a reforma política de verdade deve começar por eliminar ou mudar radicalmente a forma como a "propaganda eleitoral gratuita" é feita, reflete o jornal. Em primeiro lugar, porque a palavra "propaganda" evoca a publicidade que vende, e segundo porque, se a propaganda pode operar para vender produtos, não parece a propaganda eleitoral está preocupada em agradar os eleitores.

Mas, acima de tudo, diz a publicação, há uma questão mais importante: o Brasil é um país muito diferente de 15 anos atrás. E até do ano passado. O Brasil é o recém-nascido de protestos de rua, um país crítico, mais informado, e não é verdade que eles não estão interessados em política. “É mais difícil enganar Brasil porque ele começou, não só  ouvir, mas também para pensar”, finaliza o El País.