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El País compara largada de Marina a uma guinada mística

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O jornal El País publicou uma reportagem na última terça-feira (26) onde compara a guinada de Marina Silva (PSB) ao Sebastianismo, um movimento que profetizava a volta do Rei Sebastião I, de Portugal para governar o país. Sebastião I morreu em 1578, em batalha e se criou uma lenda onde o povo esperava seu retorno. “A confiança que a morte pode prover à política uma redenção messiânica parece visitar o Brasil nos últimos dias”, diz o jornal, referindo-se à guinada de Marina depois da morte trágica de Eduardo Campos que “revolucionou a campanha”.

Ainda segundo a reportagem, Campos se tornou o representante de muitos depois que morreu, de um jeito que não acontecia quando vivo. “Essa canonização engrandece sua vice, Marina, que ocupa agora seu lugar. Dilma nunca imaginou que sua reeleição enfrentaria um desafio tão arriscado e inesperado”, completa a análise da publicação.

O El País relembra que a estratégia do PSB já era apostar que Marina era muito mais conhecida do que Campos, já tendo conseguido, em 2010, quase 20 milhões de votos na primeira vez que tentou ser presidente. “A herdeira de Campos é a figura mais perigosa que o PT poderia enfrentar. Não é, como Aécio, um antibiótico, mas sim uma vacina. Ela é feita de uma substância parecida com a de sua rival”, afirma o jornal.

Novamente, os jornais internacionais relacionam as origens pobres de Marina com a do próprio Lula, protetor maior de Dilma. “Dilma está intimidada e se recosta sobre Lula. Sua publicidade defende o país de ‘Dilma e Lula’, mas Marina pode ser vista, de um certo ponto, como uma herdeira mais genuína das promessas iniciais do governo petista de Lula”, completa a publicação.

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O El País analisa dizendo que Marina, que foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, “desafia uma esquerda desencantada pelas alianças conservadoras do governo petista e os escândalos de corrupção”. Marina também busca o lado da sustentabilidade ambiental. “Os rivais, por sua vez, apresentam a intransigente Marina como uma Joana D’arc das florestas”, diz a publicação, informando que Marina conta com auxílios milionários para sair desse estereótipo. Um deles é Guillermo Leal, dono da multinacional de cosméticos identificada com a proteção do meio ambiente, a Natura. Além dela, uma das herdeiras do Banco Itaú, Maria Alice Setúbal.