O candidato a vice na chapa de Marina Silva, Beto Albuquerque, minimizou as críticas feitas por Carlos Siqueira à presidenciável e sua saída da coordenação de campanha. "Houve um pequeno desentendimento de palavras, que nesse momento de tensão acabou causando um atrito", disse.
Albuquerque também anunciou que assumirá a coordenação de campanha interinamente, até que o PSB escolha um novo nome. "A minha disposição é assumir interinamente a titularidade da campanha até que a gente encontre no PSB um nome de consenso para operar o dia a dia", afirmou.
Ao anunciar sua saída da coordenação, Carlos Siqueira disse que Marina “está tentando mandar no partido”, e que ela teria sido desrespeitosa com ele. Albuquerque rebateu a afirmação: "a Marina não ofendeu ninguém na reunião. Não é verdade que houve ofensa. A Marina é uma mulher delicada, generosa".
A candidata à Presidência escolheu Walter Feldman, seu aliado ligado à Rede Sustentabilidade, para assumiu a coordenação-executiva na campanha ao lado de um nome do PSB. Ela, porém, negou que tenha tirado Siqueira de seu cargo. "A única mudança que aconteceu foi no comitê financeiro, que terá que ser criado um novo comitê financeiro, e que o Bazileu (Margarido) saiu do comitê de coordenação-geral, que ele era o coordenador-adjunto, e foi para o comitê financeiro", disse Marina.
Ex-coordenador manda Marina "cuidar da Rede dela"
O secretário-geral do PSB e ex-coordenador da campanha de Eduardo Campos, Carlos Siqueira, mandou um recado direto para Marina Silva nesta quinta-feira: "Ela que vá cuidar da Rede dela", numa referência à Rede Sustentabilidade. Siqueira ficou irritado com a agora candidata do PSB à Presidência e deixou a coordenação de campanha por se sentir desprestigiado.
“Não tenho mágoa nenhuma dela. Apenas acho que quando se está numa instituição como hospedeira, como ela é, tem que se respeitar a instituição, não se pode querer mandar na instituição. Ela que vá mandar na Rede dela porque no PSB mandamos nós”, disse Siqueira.
Ele disse ainda que Marina Silva não representa o legado de Eduardo Campos e que, por isso, não vai fazer campanha para ela. “Acho que ela não representa o legado dele e está muito longe disso. Eu não vou fazer campanha para ela porque eles eram muito diferentes, politicamente, ideologicamente, em todos os sentidos”, criticou.
Siqueira acrescentou ainda que Marina não fez consultas ao PSB para fazer alterações na equipe de campanha. "Ela nomeou o presidente do comitê financeiro da campanha, cuja responsabilidade da prestação de contas é do partido. Nós não podemos oferecer o partido a uma candidatura que procede dessas maneiras”, disse.
Saída de coordenador da campanha é 'mal-entendido', afirma Marina
A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, afirmou nesta quinta-feira (21) que a saída do coordenador da campanha de Eduardo Campos, Carlos Siqueira, é um “mal- entendido”. “Eu disse que os coordenadores que o PSB escolheu seriam os coordenadores. Eu não iria fazer interferência na coordenação que já havia sido indicada pelo PSB. É lógico que estamos diante de uma situação que tem um mal-entendido e que o próprio PSB deve esclarecer", afirmou Marina.
Entenda
Nesta quinta-feira (21), o coordenador da campanha de Eduardo Campos à Presidência da República e secretário-geral do PSB, Carlos Siqueira, deixou o cargo. A informação foi confirmada pelo deputado Walter Feldman (PSB-SP), ao chegar à sede do PSB para uma reunião com aliados. Feldman assumirá a coordenação-geral da candidatura de Marina Silva.
Contudo, Feldman admitiu que ainda tenta convencer Siqueira a voltar para a equipe. “Ele é o melhor para nós. A coordenação da campanha será sempre formada por PSB e Rede, juntos. Se for o Siqueira, é o ideal. Se não for, então, que assuma outro".
Feldman afirmou que Siqueira teria decidido sair porque esperava que a indicação para o cargo partisse da ex-senadora, e não do PSB. Na quarta-feira, Marina anunciou que Feldman coordenaria a campanha junto com Siqueira.
“Houve apenas um mal entendido. Ainda temos esperança. Não há nenhum problema em atuarmos juntos na coordenação. Agora, se ele quiser comandar, tudo bem. Não dou nenhuma bola para isso", disse Feldman.
Contudo, em entrevista à Folha de S. Paulo, Siqueira deu outra justificativa: "Pela maneira grosseira como ela me tratou". Siqueira contou que Marina o tratou de maneira "muito deselegante" na reunião ocorrida entre lideranças do partido n quarta-feira. Ela teria dito a Siqueira que ele não precisaria mais se preocupar com a coordenação do projeto político. Na avaliação dele, se ela "comete uma deselegância no dia em que está sendo anunciada candidata, imagine no resto". "Com ela não quero conversa", ressaltou, acrescentando:
"Eu havia anunciado que minha função estava encerrada com a morte do meu amigo. Na reunião ela foi muito deselegante comigo. Eu disse que não aceitaria aquilo e afirmei: 'a senhora está cortada das minhas relações pessoais' ", disse Siqueira. "Não houve engano nenhum. Não estou e não estarei em hipótese alguma na campanha desta senhora".