ASSINE
search button

Finanças da Itália voltam a preocupar mercados europeus

Compartilhar

Preocupações de uma crise financeira e econômica na Itália voltaram a rondar os mercados na Europa na segunda-feira, 13, o que levou os juros dos títulos italianos (BTP) a subir significativamente, motivados por declarações de líderes do país - além da crise na Turquia, que tem disseminado temor de contágio.

No fim de semana, o vice-primeiro-ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, disse em uma entrevista ao jornal Corriere dela Sera que a Lei Fornero (que muda as regras para aposentadoria, como parte das medidas de austeridade adotadas pelo país) será desmantelada, "quer a UE (União Europeia) goste ou não".

Segundo Salvini, "o governo fará o melhor possível para respeitar os pactos da UE, mas os direitos do povo italiano vêm em primeiro lugar". Os comentários de Salvini, de acordo com analistas do Deutsche Bank, foram os responsáveis pela alta acentuada dos juros dos títulos italianos na manhã de segunda, por conta do aumento das preocupações com a dívida pública do país.

O avanço dos rendimentos dos BTPs, além disso, ganhou força depois que o chefe do Comitê Orçamentário da Câmara dos Deputados da Itália e porta-voz econômico do Partido Liga, Claudio Borghi, escreveu em seu Twitter que, se o Banco Central Europeu (BCE) não oferecer garantia para limitar os spreads (diferença de taxas) dos bônus europeus, o euro entrará em colapso.

Segundo ele, não é apenas o spread entre os juros dos títulos da Itália e os alemães que está aumentando, mas também a diferença de rendimentos entre outros títulos de países desenvolvidos, como os da Espanha.

Nos últimos meses, o sistema financeiro da Itália tem sido pressionado pelas dúvidas quanto à solidez de seus bancos, principalmente após o resgate de ? 5,4 bilhões ao Monte dei Paschi, um dos mais importantes bancos do país, em junho do ano passado.

As preocupações se acirraram com a crise na Turquia e depois que o jornal britânico Financial Times noticiou que o BCE estaria preocupado com a exposição de alguns bancos europeus ao país, dentre eles o Unicredit, a maior instituição financeira da Itália. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.