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Dólar abre em baixa com eleição no radar, mas passa a subir puxado por exterior

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O dólar no mercado à vista virou para o lado positivo e renovou máxima, a R$ 3,7176 (+0,26%) na manhã desta segunda-feira, 6, em meio à valorização generalizada da moeda norte-americana no exterior. O comportamento do dólar mudou após a moeda ter iniciado a sessão em baixa e tocado mínima a R$ 3,6916 (-0,44%), precificando o cenário eleitoral aparentemente mais favorável ao candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, que é bem visto pelo mercado financeiro.

O economista-chefe da Guide Investimentos, João Maurício Rosal, diz que a dinâmica eleitoral está mais favorável, após a confirmação de candidaturas e escolha de vices dos candidatos à Presidência. "A aliança do PT com PCdoB deixa dúvidas e o momento é positivo para Alckmin. No geral, é o que favorece um clima ameno local e levou o dólar a cair nos primeiros negócios, na contramão do exterior", comenta.

Pesquisa Ibope em São Paulo, divulgada na sexta-feira à noite, mostrou que, em um cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida ao Planalto, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) tem 19% das intenções de voto no Estado. Esta é a primeira vez que ele está numericamente à frente no Estado. Considerando a margem de erro, de três pontos porcentuais, o tucano se mantém tecnicamente empatado com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), que conta com 16%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 29 de julho e 1º de agosto e é a primeira do instituto após o acerto do "Centrão" com Alckmin. Em maio, Bolsonaro tinha entre 19% e 20% e o tucano, 15%. Em junho, o deputado pontuava entre 17% e 19% e o ex-governador, 15%.

Na pesquisa, na segunda colocação, Bolsonaro aparece tecnicamente empatado com Marina Silva (Rede), que tem 11%. Por sua vez, na terceira colocação, ex-ministra do Meio Ambiente empata com Ciro Gomes (PDT), cuja intenção de voto soma 8%.

Este cenário projetado pelo Ibope considera Fernando Haddad como o substituto de Lula. Assim, o ex-prefeito de São Paulo tem 4% das intenções de voto, mesmo índice do senador Alvaro Dias (Podemos). Aparecem com 1% das intenções de voto José Maria Eymael (DC), Guilherme Boulos (PSoL), Henrique Meirelles (MDB), João Amoedo (Novo), Levy Fidélix (PRTB), João Goulart Filho (PPL), Manuela D'Ávila (PCdoB) e Vera Lúcia (PSTU).

No exterior, o dólar opera em alta generalizada em meio a tensão com as disputas comerciais entre EUA e China, além de expectativa com a inflação (CPI) dos EUA que será divulgada na próxima sexta-feira, após o último relatório de emprego (payroll) mostrar que a economia do país segue fortalecida.

No fim de semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu em seu Twitter que as tarifas contra a China "estão indo muito bem" e, nesta segunda-feira, o jornal estatal chinês Global Times afirmou em editorial que o governo de Pequim está preparado para uma guerra comercial "prolongada" com os EUA, se preciso.

Às 9h29, o dólar à vista subia 0,07%, aos R$ 3,7111. O dólar futuro de setembro estava em alta de 0,09%, a R$ 3,7225.