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Hackers da inovação: evento reúne programadores para desenvolver soluções

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Os Hackathons ou “maratonas de hackers” não são novidade nos Estados Unidos, países europeus ou asiáticos, mas ainda engatinham no Brasil. Neste final de semana, o Rio de Janeiro recebeu o maior evento desse tipo já realizado na América Latina, com mais de 1,2 mil especialistas em tecnologia, dentre os quais ais de 700 hackers de diferentes idades e aptidões. No Hacking Rio, os competidores têm de desenvolver aplicativos e plataformas capazes de solucionar os problemas da cidade e do mercado local em 15 áreas diferentes, os chamados “clusters”, que vão desde Saúde e Educação a Turismo e Finanças. 

Colecionadores de títulos, um dos grupos mais badalados do evento veio do Recife. Formado por cinco pernambucanos e uma carioca, o grupo escolheu disputar na categoria Esporte, cujo desafio era criar uma plataforma para museu que aproximasse atletas, fãs e patrocinadores. Fabio Lopes, um dos cabeças do grupo, não teve dúvidas. Com 23 anos, o desenvolvedor de softwares recém-formado nunca assistiu a uma corrida de Ayrton Senna, mas vem de uma família fanática pelo piloto. “Não tem ídolo maior neste país”, explica. Os jovens então criaram um aplicativo em que um avatar de Senna conversa literalmente com o público, por meio de uma vasta galeria de trechos de entrevistas do piloto que são selecionadas por meio de palavras-chave do diálogo. Embora aparentemente simples, tudo tudo foi executado em apenas 42 horas. Os participantes não podem trazer nada pronto de casa e têm de comprovar cada etapa de desenvolvimento. 

Desta vez, o Team Recife, como se autointitulam, tiveram uma abordagem mais lúdica. No ano passado, quando venceram o Health Hacking, também no Rio, desenvolveram o “Check In da Saúde”, aplicativo que permite ao paciente fazer uma pré-triagem no caminho para o hospital a fim de reduzir filas e acelerar o atendimento. O projeto já conta com uma aceleradora anjo (investidor) e está em fase de implementação. Os integrantes, que mantêm empregos paralelos, tem uma agenda cheia e contam até com patrocinadores. No próximo dia 24 de agosto, voltam ao Rio para participar de um hackathon de cidades inteligentes em Niterói. “A razão de ser de nossas profissões é criar soluções para o mercado, explica o engenheiro de software Joao Calixto (29). 

No Hacking Rio, a cada fase, os grupos apresentam o projeto para um júri formado por três profissionais técnicos e outros três profissionais criativos. No final, os melhores de cada área competem pelo prêmio de R$ 15 mil reais e a chance de apresentar a ideia no Instituto de tecnologia de Massachussets (MIT), onde têm contato com investidores que podem alavancar os projetos. 

Lindalia Junqueira, a idealizadora do evento, explica que o objetivo é reunir as melhores mentes do país para repensar o Rio de Janeiro a partir da tecnologia e fazer da cidade um pólo de investimentos criativo. “Aqui reunimos governo, academia, empreendedores, investidores e empresas para encontrar soluções inteligentes. Serão mais de 100 projetos gerados em apenas um final de semana”, resume Junqueira, cofundadora do movimento Juntos Pelo Rio. 

Em paralelo a competição, o evento principal, também acontecia o Rio Summit e o Rio Fórum, que reuniram 157 palestrantes de todas as áreas do Hackathon para discutir oportunidades de negócios criativos no Rio de Janeiro.