ASSINE
search button

Bolsas da Europa desabam com imbróglio comercial entre os EUA e China

Compartilhar

As bolsas da Europa fecharam em queda forte nesta segunda-feira, 25, pressionadas pelo pessimismo de investidores com mais um possível desdobramento do imbróglio comercial entre os Estados Unidos e a China. Após aprofundarem as perdas na última hora de pregão, cinco dos seis principais índices do continente encerraram nas mínimas do dia. A força vendedora vem de relatos de que Washington está preparando restrições a investimentos da China em empresas americanas.

O secretário de Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, foi ao Twitter negar o teor das reportagens que trouxeram essa informação, mas causou ainda mais furor ao antecipar que um comunicado será divulgado pela sua pasta não só sobre a China, mas em relação a "todos os países que estão tentando roubar" tecnologia americana.

O índice pan-europeu Stoxx 600 despencou 2,04%, para os 377,17 pontos.

O único dado relevante da agenda de indicadores apenas corroborou as nuvens carregadas que investidores vêm enxergando no horizonte comercial e econômico. O instituto alemão Ifo revelou logo nas primeiras horas do dia que o índice de sentimento das empresas da Alemanha caiu de 102,3 em maio para 101,8 em junho, segundo dados com ajustes sazonais, o menor resultado desde maio do ano passado. Ainda assim, o número ficou um pouco acima da expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal, de queda a 101,6.

Como evidenciam as palavras do próprio Mnuchin, ainda que as perdas acionárias tenham sido generalizadas, papéis de tecnologia são os mais afetados pela incerteza semeada pelo noticiário. O subíndice do Stoxx 600 para o setor derrapou 2,73%.

O ranking nada lisonjeiro foi liderado pelo DAX 30, da Bolsa de Frankfurt, que recuou 2,46%, para os 12.270,33 pontos. Ações da Infineon Technologies desabaram 5,28%, enquanto as da aérea Lufthansa desidrataram 5,06%.

Na Bolsa de Londres, o FTSE 100 estabilizou a -2,24%, aos 7.509,84 pontos, o único entre os seis principais índices europeus a não fechar na mínima do dia. Nesta praça, não sofreram apenas techs como a Micro Focus (-5,21%), mas também mineradoras como a Glencore (-4,69%) e a Anglo American (-4,53%), penalizadas pela expectativa de retração da demanda da China em face às possíveis barreiras dos EUA.

Em Milão, o FTSE MIB desceu 2,44%, para os 21.355,19 pontos. A montadora Fiat Chrysler viu seus papéis perderem 3,08%, enquanto os da tech STMicroelectronics amargou baixa de 4,81% e os da fabricante de cabos para energia e telecomunicações tiveram queda livre de 10%.

O CAC 40, da Bolsa de Paris, recuou 1,92%, para os 5.283,86 pontos, puxado pelas baixas da Atari (-5,02%) e do conglomerado siderúrgico Vallourec (-4,26%), de setor também sensível a abalos na demanda chinesa.

Na Bolsa de Madri, o Ibex 35 caiu 1,78%, para os 9.617,90 pontos, e o PSI 20, da Bolsa de Lisboa, cedeu 0,84%, para os 5.528,75 pontos.