O mercado de criptomoedas, que no ano passado bateu recordes de negociações e valorização, foi alvo de dura crítica do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), o Banco Central dos Bancos Centrais e que fixa as regras de regulação do sistema financeiro global. Em relatório publicado domingo, a organização alerta para a maior adesão às moedas digitais causar uma crise de confiança e de eficiência do produto. Segundo o BIS, o bitcoin e outras moedas digitais, por serem descentralizadas, instáveis e consumirem muita eletricidade, se tivessem que lidar com o volume de transações digitais usado hoje, “podem travar a Internet”, alerta. Mas, o BIS acredita que a tecnologia blockchain e de registros distribuídos que sustenta as moedas virtuais pode ser benéfica para pagamentos transfronteiriços e financiamento comercial. Ontem o Bank of Korea, o BC da Coreia do Sul, descartou o uso do Bitcoin.
Risco de Bolha
O BIS foi o mais recente órgão regulador a criticar o Bitcoin e outras moedas digitais. À medida que criptomoedas ganham mais popularidade, reguladores ao redor do mundo encontram dificuldades sobre como regulamentar as moedas alternativas. O relatório explica ainda que uma maior procura por transações nessas redes descentralizadas pode sobrecarregar os sistemas e tornar as trocas de informações mais lentas e onerosas. Além desse risco por em xeque a finalidade de pagamentos individuais com criptomoedas, segundo o BIS, pode também significar “que uma criptomoeda pode simplesmente parar de funcionar, resultando em sua perda total de valor”.
Segundo o autor do estudo, o chefe de pesquisa do BIS, Hyun Song Shin, moedas, digitais ou físicas, só possuem valor devido à adesão de usuários. “Sem usuários, seria simplesmente um token sem valor. Isso vale para um pedaço de papel com um rosto impresso ou um token digital”. Song Shin acrescentou que os investidores de bitcoins têm propósito especulativo, esperando o melhor momento para fazer suas transições de forma a garantir o maior lucro possível