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Mercado reage mal à saída de Parente e dólar à vista fecha em alta de 0,75%

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A saída de Pedro Parente da presidência da Petrobras custou uma alta de 0,75% na cotação do dólar, nesta sexta-feira, 1º de junho, que fechou aos R$ 3,7607, o que colocou a moeda norte-americana no maior patamar desde o fechamento do dia 15 de março de 2016. O dia até que começou calmo e nem os dados mais fortes da economia dos EUA pareciam suficientes para apostas mais firmes por aqui. Na máxima, a moeda norte-americana chegou a R$ 3,7707, com alta de 1,02%.

O estrago só não foi maior porque com as intervenções diárias, o Banco Central continua conseguindo cumprir seu propósito de amenizar os impactos das turbulências internas e externas, que têm sucessivamente atingido as percepções dos analistas. "O BC suaviza os movimentos que vêm dessas surpresas que o mercado está vivendo", disse um operador.

Nesta sexta-feira, a autoridade monetária vendeu o lote integral de 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertado no leilão extraordinário. A operação, que tem como objetivo a injeção de recursos novos no sistema, teve valor total de US$ 750 milhões. O BC distribuiu os papéis do leilão em três vencimentos. Também colocou o lote integral de 8.800 contratos de swap cambial para rolagem dos vencimentos de 2 de julho, no valor total de US$ 440,0 milhões.

O anúncio da demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras, no meio do andamento do pregão azedou rapidamente o humor dos investidores. Ficou no ar a sensação de que novas ingerências podem estar a caminho.

"O mercado está vendo um governo enfraquecido abandonar cada vez mais as políticas ortodoxas e isso estressa os investidores e os preços dos ativos", afirma um analista, reforçando a ideia de que a leitura da demissão de Parente extrapola a Petrobras. "Se o problema fosse só da companhia, a ação da caía, a da BRF subia e ficava nisso. O que nós vimos foi impacto no câmbio, nos juros e em ações de várias empresas, principalmente outras estatais", concluiu.

No exterior, o dia também foi de alta na moeda norte-americana, no rastro dos dados mais fortes da economia dos EUA divulgados pela manhã. A intensidade da valorização, no entanto, foi menor. O DYX - cesta de dólar ante seis moedas - tinha alta de 0,10% há instantes.

Entre as demais moedas emergentes de peso, a valorização não ultrapassava 0,20%, com exceção da lira turca, que segue abalada por questões internas. Pouco antes do fechamento deste texto, a Moody's colocou o rating da dívida do país em revisão para possível rebaixamento.