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Bolsas da Europa fecham em queda, com tensões comerciais e geopolíticas no foco

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Os mercados acionários europeus encerraram o pregão desta quinta-feira, 24, em baixa, à medida que os investidores se voltaram ao cenário geopolítico mais conturbado com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de cancelar a cúpula que faria em junho com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un. A situação política na Itália continuou a ser monitorada de perto pelos agentes, assim como as relações comerciais entre a União Europeia e os EUA.

O índice pan-europeu Stoxx-600 fechou em queda de 0,52% (-2,04 pontos), aos 390,54 pontos.

A relação menos tensa entre Washington e Pyongyang, vista nas últimas semanas, sofreu um revés durante a manhã, após Trump resolver cancelar a cúpula que faria com a Coreia do Norte no próximo mês em Cingapura, provocando uma corrida à segurança nos ativos globais e uma fuga das ações, consideradas mais arriscadas.

"Os mercados da Europa e dos Eua estão em baixa, enquanto se preparam para mais uma onda de incertezas", disse o analista Joshua Mahony, da IG. Para ele, a tendência para as bolsas é de desvalorização a partir deste momento.

A situação política na Itália continuou a ser monitorada pelos investidores. O líder do partido de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, disse que o ex-ministro da Indústria e economista eurocético Paolo Savona é o favorito para ocupar o cargo de ministro da Economia em um potencial governo de Giuseppe Conte. Ainda no país, Conte marcou uma reunião com delegados de todos os partidos italianos enquanto tenta montar um gabinete. Não por acaso, o índice FTSE-MIB, da Bolsa de Milão, fechou em baixa de 0,71%, aos 22.749,08 pontos. Entre os bancos, o Intesa Sanpaolo caiu 0,93% e o UniCredit recuou 1,81%.

Em Londres, o FTSE-100 fechou na mínima do dia, em queda de 0,92%, aos 7.716,74 pontos. Na praça, os preços do petróleo pesaram nos papéis da BP (-1,82%) e da Royal Dutch Shell (-2,25%), contribuindo para as perdas do indicador.

O cenário comercial também esteve no radar dos investidores. Na noite de quinta-feira, Trump ordenou que o Departamento do Comércio dos EUA inicie investigações sobre a importação de veículos para o território americano, indicando que pode haver a imposição de tarifas no futuro, caso sejam identificados danos à segurança nacional do país.

Não por acaso, na Bolsa de Paris, o índice CAC-40 encerrou o dia em baixa de 0,31%, aos 5.548,45 pontos. Por lá, a Peugeot perdeu 1,11% e a Renault cedeu1,68%. Em Frankfurt, a Daimler baixou 2,77% e a BMW caiu 1,69%, contribuindo para as perdas do índice DAX, que fechou com recuo de 0,94%, aos 12.855,09 pontos.

O Deutsche Bank também teve parte da culpa na queda, à medida que suas ações despencaram 4,79%, após o anúncio do banco de que planeja cortar milhares de empregos como parte da reforma de suas operações. O número de funcionários deve cair "bem abaixo" de 90 mil, de pouco mais de 97 mil.

Em Madri, o Ibex-35 fechou em queda de 0,29%, aos 9.996,00 pontos, enquanto o índice PSI-20, da Bolsa de Lisboa, perdeu 0,67%, aos 5.662,00 pontos. (Com informações da Dow Jones Newswires)