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Bolsas de NY apagam perdas e fecham em alta após ata do Fed

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Os mercados acionários americanos encerraram o pregão desta quarta-feira, 23, em alta, invertendo o sinal negativo visto desde o início do pregão, com a avaliação de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que a forte inflação nos Estados Unidos pode ter sido motivada por fatores temporários.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,21%, aos 24.886,81 pontos; o S&P 500 avançou 0,32%, aos 2.733,29 pontos; e o Nasdaq subiu 0,64%, aos 7.425,96 pontos. As techs ganharam bastante força após a divulgação do documento e o subíndice de tecnologia do S&P 500 encerrou com ganho de 0,86%, aos 1.223,92 pontos.

Nas últimas semanas, as preocupações com o aumento das taxas de juros pelo Fed mais rápido fizeram com que o dólar e os rendimentos dos títulos públicos americanos operassem em alta. Nesse sentido, havia um temor por parte dos investidores que os custos mais altos de empréstimos afetassem o crescimento futuro dos lucros das empresas, enquanto o aumento contínuo dos juros dos Treasuries poderia tornar as ações menos atraentes.

A ata do Fed desta quarta-feira mostrou que o banco central continua no caminho para elevar as taxas de juros em junho como esperado. No entanto, o documento indicou que os dirigentes se mostraram céticos quanto à força da inflação nos EUA. "Notou-se que era prematuro concluir que a inflação permaneceria em níveis de cerca de 2%, especialmente depois de vários anos em que a inflação permaneceu persistentemente abaixo da meta", apontou a ata. Além disso, os banqueiros centrais também disseram que a inflação mais alta poderia ser temporária devido aos preços mais elevados de saúde e de serviços financeiros.

A visão mais "dovish" do ata do Fed coincidiu com um momento em que o presidente da distrital de Minneapolis do Fed, Neel Kashkari, reforçou uma visão avessa a altas de juros e pontuou que gostaria de ver os salários crescerem mais rapidamente nos EUA. "Os salários estão crescendo agora a uma taxa anual de 2,7%, menos de quanto cresciam antes da crise financeira de 2008, a 3,5%", comentou. Com o cenário de mais altas de juros nublado, o JPMorgan caiu 0,46% e o Citigroup perdeu 1,18%.

Os analistas do Morgan Stanley apontaram, ainda, que uma mensagem "bullish" para as ações foi a tentativa de alguns dirigentes do Fed de retirar a palavra "acomodatícia" do comunicado. "Em nossa opinião, o fato de alguns já estarem argumentando que essa linguagem deve ser removida, significa que eles veem que o Fed não está longe do fim de seu ciclo de aperto", apontou o banco.

Apesar da visão mais pessimista para os bancos, ações em geral foram favorecidas em Nova York, abandonando a maré baixista vista no início do dia, quando as relações comerciais entre EUA e China ditaram o ritmo dos negócios. A incerteza sobre um acordo entre os dois envolvendo a gigante de telecomunicações chinesa ZTE e o impasse nas negociações do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês) fizeram com que ações do setor industrial e de tecnologia apresentassem perdas na abertura. No fim do pregão, no entanto, a Boeing subiu 1,18% e a Caterpillar ganhou 0,99%.

Entre as techs, a Netflix apresentou máxima histórica de fechamento, em alta de 3,95%, a US$ 344,72. A Apple avançou 0,64% e a Amazon apresentou ganho de 1,29%.