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Riade busca criar novo cartel petroleiro com a Rússia

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A Arábia Saudita busca incluir a Rússia em um novo cartel de países produtores de petróleo para estabilizar os preços a longo prazo, em detrimento da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), atualmente presidida pelos sauditas, estimam analistas.

A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo, enquanto a Rússia é quem mais produz a commodity.

A nova aliança seria mais ampla que a Opep, quie reúne 14 países e, desde 1960, domina o mercado mundial de petróleo. Seu peso, contudo, tem diminuído a cada dia. Alguns afirmam até que a Opep "está morta, na prática".

Em janeiro, a Arábia Saudita lançou publicamente a ideia de perpetuar o acordo de cooperação alcançado no fim de 2016 entre membros da Opep e outros dez países produtores para reduzir a produção e pressionar uma alta dos preços.

O príncipe herdeiro Mohamed bin Salman e o ministro saudita de Energia, Jaled al Faleh, querem uma cooperação de longo prazo.

A ideia foi respaldada por vários membros da Opep, principalmente Emirados Árabes Unidos e Kuwait.

Um porta-voz do Kremlin declarou, no mês passado, que Rússia e Arábia Saudita conversaram sobre "um amplo leque de opções" para uma cooperação no mercado mundial de petróleo.

- 'Manter preços estáveis' -

Os países-membros da Opep e os signatários do acordo vão se reunir nesta sexta-feira na Arábia Saudita. Eles vão comemorar os resultados do acordo, que equilibrou o mercado e levou o preço do barril de petróleo de menos de 30 dólares em 2016 a 70 dólares atualmente.

"Sem a cooperação da Rússia e de outros produtores não-membros da Opep, teria sido difícil alcançar esse sucesso", explicou o analista Kamel al Harami, do Kuwait.

"A nova gorma de cooperação parece essencialmente uma aliança entre Arábia Saudita e Rússia", disse à AFP.

Para Jean-François Seznec, especialista no assunto, "os dois maiores fornecedores de petróleo convencional - Riade e Moscou - podem trabalhar juntos para manter preços estáveis ou lutar para aumentar a produção para matar o mercado dos produtores de xisto, embora morrendo pelo caminho".

"A única forma lógica e inteligente é manter os preços estáveis", disse ele.

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