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Indefinições pesam e Ibovespa fecha em queda de 1,78%

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As indefinições com o futuro político-jurídico-eleitoral pesaram sobre a sessão de negócios desta segunda-feira, 9, e deixaram os investidores ressabiados. A bolsa operou sob tensão, totalmente voltada para as percepções do ambiente doméstico, deixando de lado o bom humor que imperou nos mercado acionários americano e europeu. O Ibovespa passou o dia em baixa e acelerou o movimento quando Wall Street arrefeceu o ritmo de alta poucos minutos antes do fechamento por lá. O índice à vista brasileiro fechou com desvalorização de 1,78%, aos 83.307,23 pontos. O giro financeiro foi de R$ 9,1 bilhões.

Para analistas e operadores consultados, o movimento de aversão ao risco tem como pano de fundo as incertezas a respeito do cenário político tanto de curto quanto de médio prazo. No curto, as mudanças que ocorrem no âmbito do Executivo, com a troca de ministros e dúvidas sobre se seus substitutos vão seguir a mesma linha adotada até agora. E, no médio, as próprias composições partidárias e a definição dos candidatos que vão participar da corrida ao Palácio do Planalto.

Nesse contexto, no campo jurídico, temores sobre a sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira, para qual o ministro Marco Aurélio Mello prometeu levar para apreciação do plenário o pedido de liminar do Partido Ecológico Nacional (PEN) contra prisão em segunda instância. O requerimento foi feito em uma das duas ações que discutem a execução antecipada da pena de forma geral.

"Essa sessão da Corte volta a trazer uma indefinição sobre o que pode acontecer com os políticos presos a partir de condenação em segunda instância, inclusive, com o Lula", ressalta Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora.

Entre as ações que compõem a carteira do Ibovespa, as maiores quedas ficaram com Eletrobras ON e PN, que recuaram 9,56%, e 6,74%, respectivamente. Os papéis da estatal recuam desde sexta-feira com temores sobre a não continuidade do processo de privatização da companhia. Entre as blue chips, Petrobras e Banco do Brasil, considerados termômetros para tensões políticas, apontaram quedas fortes. Os papéis ON do BB recuavam mais de 3,64%, a despeito de seus correlatos no mercado acionário americano fecharem em alta. Também da petroleira caíram 2,88% (ON) e 3,52% (PN) embora a cotação dos futuros do petróleo tenham se valorizado por volta de 2%.