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Petróleo volta a subir por tensão com Iraque

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O petróleo fechou em alta nesta sexta-feira (23) enquanto cresce a tensão sobre o acordo nuclear com o Irão, cujo destino será decidido pelos Estados Unidos em maio.

O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em maio ganhou 1,54 dólar em Londres, fechando a 70,45. Esta é a primeira vez em que supera os 70 dólares desde o fim de janeiro.

Em Nova York, o barril de "light sweet crude" (WTI) também para maio subiu 1,58 dólar, a 65,88.

Na semana, o WTI aumentou 5,6% e o Brent 6,4%. Essas foram as maiores altas semanais em oito meses.

Bill O'Grady, da Confluence Investment, disse que "boa parte" da alta desta sexta-feira deve ser atribuída à nomeação do diplomata John Bolton para o influente cargo de conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.

A nomeação acontece perto de um momento crucial para o futuro do acordo sobre o programa nuclear do Irã, do qual Bolton, ex-embaixador na ONU, é um forte crítico.

"Com um personagem assim, o acordo está em perigo", disse O'Grady.

"Washington, que vai agir com a benção da Arábia Saudita, parece cada vez mais favorável a restabelecer em 12 de maio as sanções ao Irã", disseram analistas do Saxo Bank.

Se isto acontecer, as exportações de petróleo do Irã serão abaladas.

"Sanções unilaterais dos Estados Unidos não pesariam muito, porque eles não importam petróleo iraniano", observam analistas do Commerzbank

Eles não descartam, contudo, que Trump peça a seus aliados europeus para fazem o mesmo, usando medidas comerciais protecionistas para pressioná-los. 

Se os Estados Unidos restabelecerem as sanções "será difícil para o Irã conservar, e ainda mais multiplicar, os capitais estrangeiros necessários para desenvolver sua produção" disseram analistas do Saxo Bank.